Carlos Moedas ainda não divulgou publicamente a lista final à Câmara Municipal de Lisboa e o DN sabe que muitos dos nomes em equação não têm ainda lugar na vereação devidamente garantido. A estratégia é evitar interferências políticas nos próximos dias, atrasar até dia 18 a publicação das listas, e poder, pela sua cabeça, decidir quem são os nomes que mais garantias darão para representar a coligação em Lisboa. Ainda assim, o DN teve acesso aos nomes mais fortes, entre os quais Moedas terá de escolher. Nesta altura, o edil elabora um puzzle para compor as listas. Como é público, o CDS-PP e a Iniciativa Liberal, parceiros de coligação, têm direito a dois nomes cada. O PSD ficará com os números 1, 2, 3 e 6 da lista a Lisboa, o CDS-PP com os números 5 e 7, os Liberais com o 4.º e 8.º postos. A negociação é difícil até com as concelhias e a distrital do PSD nesta fase, sabe o DN, já que Carlos Moedas pretende pessoas da sua confiança e rejeita imposições de nomes com maior relevo no PSD. Gonçalo Reis, ex-CEO da RTP e administrador das Estradas de Portugal, deverá ser o número 2 do atual autarca lisboeta, até pelo papel recente na promoção do 'think tank', que incidiu na mentoria de gestão de empresas públicas e políticas públicas para a cidade. Depois, Joana Castro Almeida, também declarada independente, continuaria com cargo de vereação. O nome de Filipa Roseta é a grande incógnita nesta fase, mas seria fundamental a presença da vereadora para a Habitação, de modo a que Moedas garantisse a lei da paridade, ou seja cumprindo os 40% de representatividade para as mulheres. Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente do município, está desvinculado do CDS-PP, tem obra elogiada pelo PSD, e poderá ser o nome a cair caso Moedas tenha de incluir outra mulher nas listas. A Direção Nacional do PSD mantém-se na procura de soluções do próprio partido para aconselharem Moedas no município.A outra hipótese para ter mais mulheres nas listas seria através do CDS-PP: Maria Luísa Alvim, deputada municipal, teve papel relevante nos centristas, acordando a sua presença no lote. Alvim encaminhou, porém, Diogo Moura como o outro nome a ser escolhido, preterindo, por exemplo, Sofia Athayde, vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Saúde, Educação, Juventude e Plano Municipal, a qual, com alguma naturalidade, acredita poder ser de novo selecionada. Diogo Moura teve o seu último mandato suspenso devido a um processo judicial, decisão tomada por Carlos Moedas, e foi substituído por Joana Oliveira Costa. No caso devido a uma acusação do Ministério Público sobre alegada fraude em eleições internas do CDS-PP, sobre a qual foi, entretanto, ilibado na instrução do processo, que foi arquivado. Moura voltou a exercer o cargo antes do final do mandato, Moedas certificou-se da legalidade no regresso, mas não está certa a sua continuidade. O facto de ter sido recomendado pelo partido centrista revoltou. “Há uma má substituição de nomes e é preciso retirar repercussões do mau comportamento do CDS-PP em Lisboa. Moedas não queria que Moura regressasse, mas por vontade da concelhia deverá estar nas próximas listas. É uma provocação a Carlos Moedas. Tal como o Filipe Anacoreta Correia, que estava farto disto, também me desfiliei”, revela, com palavras fortes, ao DN Emanuel Sousa, ex-militante do CDS-PP.A Iniciativa Liberal não deverá representar uma solução na paridade, está tranquila quanto à questão das listas. Fonte do partido diz ao DN que confia que Rodrigo Mello Gonçalves e Vasco Anjos sejam o 4.º e 8.º postos nas listas. .Moedas distribui por CDS-PP e Iniciativa Liberal nove cabeças de lista às freguesias.Carlos Moedas avança para recandidatura com CDS e IL