A menos de três meses das eleições Presidenciais, o CDS-PP deixou cair a hipótese Paulo Portas e terá agora de se posicionar para o sufrágio de janeiro. Esquecida a maior pretensão - o homem que liderou o partido durante 15 anos, divididos em dois períodos -, a sombra de Portas condicionou que os militantes pudessem encontrar uma solução própria e desenhar uma candidatura. Por isso, existe divisão nas fileiras dos centristas. Ainda assim, apurou o DN, Nuno Melo privilegia, nesta fase, manter blindada a ligação com o PSD e, como tal, apoiar Marques Mendes. O acordo de governo exclui as Presidenciais e as decisões autónomas dos partidos e a intenção do CDS-PP era fazer-se representar, até porque não o tem feito: apoiou Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa e desde 1991, com Basílio Horta, que não avança a título individual. A necessidade de se afastar do centro nevrálgico do PSD estava definida politicamente, porém não existe uma solução que leve o presidente e principais dirigentes a considerarem a iniciativa individual ou sequer algum, de outro campo, que reúna consenso. Assim, o ministro da Defesa entende que Marques Mendes é a melhor opção e não fere interesses da coligação Aliança Democrática (AD), o que poderia acontecer em caso de apoio público a Gouveia e Melo, apesar de afastamentos recentes do CDS-PP quanto às posições do almirante, que criticou a ação diplomática de Portugal na Flotilha Humanitária e que, várias vezes, se pronunciou contra as alterações abruptas às leis da Imigração e Nacionalidade.“Será um candidato que se aproxime - sabendo que não há ninguém da família política do CDS que seja candidato - daquilo que são valores intransponíveis para o nosso partido”, identificou, projetando que na próxima semana haverá decisão e reconhecendo as “circunstâncias atuais” de que o CDS-PP “faz parte de uma coligação governativa.”A inclusão de Rui Moreira como mandatário de Luís Marques Mendes foi uma forma de o social-democrata aliciar os centristas, que apoiavam o autarca no Porto e que nele poderiam depositar votos em caso de candidatura presidencial. Era mesmo um dos nomes mais apreciados. O CDS-PP, apurou o DN, espera uma declaração de intenções de Marques Mendes que possa convencer os centristas da sua importância para a campanha. Apesar de Nuno Melo entender que o caminho deverá passar por Marques Mendes e que o pode verbalizar nos próximos dias, não deverá ser dada uma orientação de voto coletiva. Rodrigues dos Santos, ex-líder, apoia Gouveia e Melo, e ao que o nosso jornal pôde apurar existem conselheiros nacionais do CDS, por exemplo em Leiria e Caldas da Rainha ao lado de António José Seguro.Depois de afirmar ao final da noite de terça-feira que “Paulo Portas não será candidato”, Nuno Melo referiu que o partido avaliará “candidatos que sejam expressão daquilo que é um Estado de direito democrático, que o CDS ajuda a construir todos os dias e do qual foi fundador há 50 anos”, excluindo, portanto, “os extremos de quaisquer matizes”, clara alusão ao Chega e a André Ventura e a partidos que se coloquem à esquerda no Parlamento. Como é sabido, não é sempre pacífica a junção de vontades em coligações com a Iniciativa Liberal - foi até à IL que o CDS-PP apontou críticas na votação do Orçamento de Estado - logo Cotrim de Figueiredo nunca foi candidato equacionado pelos centristas. .A necessidade de se afastar do centro nevrálgico do PSD estava definida politicamente, mas não existe solução individual ou candidato que reúna consenso.Ideia generalizada no CDS-PP.Presidenciais: Livre longe de Seguro, Rui Moreira aproxima CDS de Marques Mendes .Presidenciais 2026: Marques Mendes anuncia que recebeu o apoio do dirigente centrista Luís Queiró.Presidenciais: CDS-PP prioriza Paulo Portas para se distanciar do PSD.Portas está fora da corrida às presidenciais. CDS-PP decide apoio na próxima semana