Pedro Nuno diz que caso sobre empresa de Montenegro não está encerrado
TIAGO PETINGA/LUSA

Pedro Nuno diz que caso sobre empresa de Montenegro não está encerrado

Líder do PS diz que houve uma "reação organizada e entusiasmada" de dirigentes do PSD a uma notícia do Observador que "supostamente encerraria o tema" e apelou a mudança de Governo na Madeira.
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O secretário-geral do PS considerou esta sexta-feira que o caso que envolve a empresa do primeiro-ministro não está encerrado e que as dúvidas se adensaram, apesar do "esforço de muitos dirigentes do PSD" em fechar o tema.

"Eu percebo o esforço que muitos dirigentes do PSD tenham tido no último dia para tentar encerrar o assunto, só que infelizmente não encerraram o assunto, adensaram sim dúvidas sobre os temas", disse Pedro Nuno Santos.

Questionado sobre o pedido do ministro da Presidência para que se retratasse das insinuações contra Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos começou por referir que houve uma "reação organizada e entusiasmada" de dirigentes do PSD a uma notícia do Observador que "supostamente encerraria o tema", sublinhando que não fazia "nenhum juízo sobre a notícia".

O secretário-geral do PS considerou que "há um conjunto de notícias que continuam a sair" e para as quais não há explicação, referindo aquilo que se fica a saber quando se lê essas outras notícias "é que um conjunto vasto de perguntas não tiveram resposta por parte do senhor primeiro-ministro".

"Não é o PS que pede explicações, são os portugueses que pedem", considerou Pedro Nuno Santos, que falava em conferência de imprensa, na sede nacional, em Lisboa, convocada para apresentar o processo de atualização do programa eleitoral com que irá concorrer às legislativas antecipadas de 18 de maio.

"Era muito importante que os ainda membros deste Governo, e o presidente da Assembleia da República incluído, se sintonizasse com os portugueses", apelou.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, pediu hoje ao líder do PS que se retrate das insinuações de que a Spinumviva, que pertencia ao primeiro-ministro, era uma empresa de fachada.

"Nós já estamos naquela fase em que, depois de semanas de insinuações" contra o primeiro-ministro, essas suspeitas "foram e estão a ser desmontadas uma a uma e mostradas como falsas", pelo que "começa a ser o momento desses dirigentes políticos se retratarem das insinuações e suspeitas que lançaram", afirmou Leitão Amaro aos jornalistas à margem da conferência "Família, Imigração e Discriminação", organizada pela Confederação Nacional das Associações de Família (CNAF).

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"Não haverá calma, tranquilidade e estabilidade" se Albuquerque ganhar

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, apelou hoje à mudança de Governo na Madeira e defendeu que "não haverá calma, tranquilidade e estabilidade" se Miguel Albuquerque voltar a ganhar as eleições regionais.

Numa conferência de imprensa para apresentar o processo de atualização do programa eleitoral que o PS vai apresentar às eleições legislativas antecipadas, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre as eleições regionais e as sondagens que dão a vitória ao PSD.

"Era importante para os madeirenses e para os porto-santenses termos essa mudança política, que encerre um capítulo da vida política madeirense, que não ficará encerrado se continuarmos a ter Miguel Albuquerque a ganhar eleições", apelou.

Mostrando "confiança no povo da região autónoma da Madeira" para esta mudança, o líder socialista defendeu que "não haverá calma, tranquilidade e estabilidade na Madeira se Miguel Albuquerque voltar a ganhar as eleições".

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As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.

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