Paulo Raimundo, líder comunista, conciliou medidas para o Código de Trabalho com a bancada parlamentar comunista.
Paulo Raimundo, líder comunista, conciliou medidas para o Código de Trabalho com a bancada parlamentar comunista.Foto: Leonardo Negrão

PCP avança com três projetos de lei para alterar Código do Trabalho

Comunistas não só criticam anteprojeto do Governo, como pretendem aplicar normas para evitar despedimentos coletivos. Lembram que direitos do tempo da Troika não foram repostos.
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O PCP avançou esta quinta-feira, dia 18 de setembro, no Parlamento com três projetos de lei relativos ao Código do Trabalho, indo em sentido contrário ao Governo, que quer facilitar o despedimento por justa causa.

Para os comunistas, é vital alterar o critério que possibilita um despedimento coletivo mediante a “previsão da redução da procura de serviços ou bens” e garantir que o despedimento não se consoma se existir na empresa “um posto de trabalho compatível com as suas qualificações e com as suas funções".

As propostas anunciadas pelo deputado Alfredo Maia pretendem revogar alguns dos cortes impostos durante o período da Troika e não repostos na Agenda do Trabalho Digno do Governo socialista de António Costa, com apoio no Parlamento de Bloco de Esquerda e PCP.

O PCP sugere reformular o cálculo da indemnização em caso de despedimento para um pagamento "de pelo menos um mês de retribuição efetiva e diuturnidades por cada ano de serviço ou fração correspondente", incidindo, por fim, no regime de trabalho suplementar. “Como sabem, o Governo de Passos Coelho passou para metade o pagamento do trabalho suplementar e alterações posteriores não vieram a garantir a reposição da fórmula antiga, que era 50% na primeira hora, 75% nas horas seguintes e 100% nos dias de trabalho, nos dias feriados ou do descanso", defendeu Alfredo Maia, que reitera ainda a necessidade de a impugnação via tribunal passar de seis meses para um ano.

Na semana passada, a bancada comunista propôs o alargamento da licença parental inicial até sete meses, pagos a 100 por cento, e uma dispensa diária de três horas de amamentação ou aleitação até aos dois anos da criança.

O PCP já se manifestara profundamente crítico quanto ao anteprojeto do Governo PSD/CDS-PP, que se apresentara, entre outros, com a meta de facilitar despedimentos por justa causa, dispensando a fase instrutória, aumentar os prazos de contratos a termo e a exigência de atestado para a amamentação, com um limite máximo de dois anos.

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