O Partido Comunista Português está em oposição ao Governo na maioria das opções estratégicas para o país. Antes da reunião com o Executivo, marcada para esta quarta-feira às 16h30, Paula Santos explicita as linhas de discordância. “Não temos qualquer ilusão em relação àquelas que são as opções políticas que constarão no Orçamento do Estado para 2026. Dará tradução às opções que estão presentes no programa do Governo e, portanto, contará com a oposição do PCP. Não acompanhamos o sentido de desmantelamento de serviços públicos, seja na Saúde como na Educação, não acompanhamos o agravamento da injustiça fiscal. Seremos oposição à política de privatização dos setores estratégicos da economia e de serviços públicos como a TAP”, detalha a deputada comunista, recordando que o PCP, logo no “início da legislatura apresentou uma moção de rejeição a esse mesmo programa.”Na Defesa, o PCP diz-se “contra o desvio de fundos públicos para o militarismo, para a guerra”, enquanto no direito internacional sustenta “o reconhecimento da Palestina como estado”, posição há muito assumida. A descida anual do IRC em 1%, com a meta governativa de chegar aos 17% em 2028, embate com a solução comunista. “A redução do IRC beneficiará sobretudo os grupos económicos e aqueles que têm tido estes lucros obscenos nestes últimos anos. Defendemos o alívio da tributação sobre os rendimentos de trabalho, as micro, pequenas e médias empresas, e tributar de forma efetiva os lucros dos grupos económicos para, deste modo, reforçar o investimento público”, advoga a líder da bancada parlamentar.O PCP não foi chamado a negociar qualquer pacote de reforma laboral, ao contrário de Chega e Iniciativa Liberal, tendo o PS, sem que esse tema estivesse agendado para a reunião, avançado propostas e oposição ao mesmo. “Esse pacote é um ataque aos trabalhadores. Há, sim, uma necessidade de aumentar salários, as pensões para se enfrentar os elevados custos de vida que, neste momento, afetam a vida da generalidade dos trabalhadores e dos reformados”, enumera Paula Santos.O Governo ouvirá o Partido Comunista Português quanto à redação de um novo projeto da Lei dos Estrangeiros e da Lei da Nacionalidade. “As motivações para esse tema ser escolhido a debate com o PCP terá de perguntar ao Governo. A nossa posição mantém-se. A declaração de inconstitucionalidade de um conjunto de normas pelo Tribunal Constitucional comprova muito do que tínhamos referido e que de facto significam um retrocesso em relação a um conjunto de direitos, como o reagrupamento familiar, que estão presentes em diversos documentos internacionais que Portugal subscreve”, conclui. .PCP considera prioritário reversão do processo de privatização da TAP.PCP defende reconhecimento da Palestina sem depender da posição de outros países