Inês de Sousa Real foi criticada por ter prolongado a espera por um Congresso, que se realizará a 20 de dezembro, e agora recebe farpas de militantes e dirigentes que questionam o pouco tempo de preparação para o mesmo, ou seja, condicionando a apresentação de listas, mas também uma seleção dos filiados que podem eleger. Ficaram fora elementos, que são considerados inaptos por pertencerem, alega a Comissão Política Nacional, de distritais inativas. Portanto, sem possibilidade de participação direta ou indireta na eleição de representantes. O dirigente e membro da Comissão Política Nacional em lista opositora a Sousa Real, Fernando Geração, avança que vai pedir “impugnação do Congresso.” “Acabou o tempo de convocatórias ilegais. Estiveram menos de 20 pessoas na reunião e avança uma exposição ao Tribunal Constitucional. A Comissão Política Nacional [CPN] é um órgão que homologa, mas colocou de forma irregular toda a Comissão Política Permanente [CPP], daí que eu diga que foi uma vitória, há dois anos e meio, ter pessoas da nossa lista na CPN e uma na CPP. O que se previa nos estatutos é que era a CPN a elaborar o regulamento, mas esta convocatória não permite que afiliados participem de forma direta ou indireta na eleição da Mesa. Todos os filiados têm de estar representados ou delegar participação no órgão de direção dos partidos. Quando limitam eleição a distritos ou regiões, como Setúbal, Lisboa e Porto, estamos a privilegiar locais que são controlados por Inês de Sousa Real. Não cabe às distritais nomear delegados, não há a mesma igualdade de oportunidades. Há uma discriminação territorial”, critica Geração.Para o Congresso estarão em risco as participações de militantes de Viana do Castelo, Bragança, Castelo Branco, Portalegre, Beja, Viseu e Santarém. Além das impugnações, há uma carta aberta, subscrita por sete militantes, acusando a tentativa de “limitação democrática”, “alegações falsas de inatividade” e o não cumprimento da promessas nas Legislativas de incluir um ciclo de compensação, de modo a promover “participação universal.”Fernando Geração defende que Sousa Real “devia ir sozinha a votos”, preferindo que não haja listas opositoras. E avisa. “O Congresso deve acontecer, mas pelo que sabemos pode acontecer e, como as deliberações podem demorar vários meses, corremos o risco de que seja declarada ilegal qualquer eleição que lá aconteça”, detalha, considerando que o partido “está capturado” e que “ir a combate assim seria validar o que é feito por CPN e CPP.”O dirigente aponta ainda a Alexandra Moreira, presidente da Mesa, criticando o poder de decisão que, estatutariamente, diz não ter. “Há uma usurpação da Mesa na Comissão Política Nacional, não existe jurisdição interna e a Comissão Política Permanente tem construção irregular porque existiram duas substituições [entrada de Pedro Fidalgo Marques, candidato às europeias, que foi depois substituído por Hugo Alexandre Trindade, número dois de Sousa Real, quando entrou em desacordo com a porta-voz] sem uma devida eleição. Acresce ainda não sabermos a real constituição da Comissão Política Nacional e os filiados que o partido tem”, assevera ao DN, apontando alíneas que o deverão fazer exposições ao Tribunal Constitucional.O X Congresso deveria ter acontecido a meio de 2025, mas ao DN, a porta-voz do PAN justificou, há semana e meia, que “não houve maioria” para se aprovar uma data. Ficou a promessa de que iria acontecer até final do ano e cumpriu. Pedro Fidalgo Marques, ao DN a 9 de novembro, afirmou que “cerca de metade das pessoas nas listas de delegados da Comissão Política Nacional saiu”, lembrando que muitos “pertenciam à lista de Sousa Real”. Porém, não assumiu ainda vontade de se candidatar. Nélson Silva, que foi a votos em 2023, disse: “Tão cedo não me candidato.” A próxima semana pode decidir possíveis caminhos de oposição. Sousa Real lidera desde 2021. .Desfiliações no PAN multiplicam-se e militantes apontam a falta de diálogo.Inês Sousa Real recandidata-se à liderança do PAN: congresso que era pedido gera agora críticas