O Partido Socialista é esta sexta-feira (5) chamado a reunir com o Executivo de Luís Montenegro a propósito de algumas áreas, para procurar acordos para o Orçamento do Estado de 2026. Justiça, Habitação, Saúde e Defesa serão temas abordados e os socialistas levarão propostas. Na Justiça, o partido propôs 15 medidas, mas é na Saúde e Defesa que concentra mais atenções, sabe o DN. A morte de um bebé de 11 meses num centro de saúde de Idanha-a-Nova por alegada falta de assistência no dia 22 de agosto, que levou à abertura de um inquérito por parte do Ministério Público, é mais um dos casos em que, no entender do PS, falharam os sistemas de emergência médica. Porém, a crítica alarga-se a toda a gestão da Saúde, com lamentos por fechos nos hospitais e incapacidades de resposta ou recolocação de profissionais. O PS propõe a criação de uma Unidade de Coordenação para emergências hospitalares e, há quatro dias, José Luís Carneiro classificou de “falhanço brutal” a política de Saúde de Montenegro.Na Defesa, a canalização de 5% do PIB por norma da NATO deve ser, segundo o PS, uma oportunidade para transferir para a economia nacional verbas que podem ser, em certos casos, próprias do ministério da Administração Interna. De acordo com o PS, a soberania e, como tal o investimento, também depende de investimento com um duplo uso, como é o caso da Proteção Civil, com reforço de meios para combate a catástrofes naturais e aviões para minimizar o impacto dos incêndios e a dependência internacional, mas também o uso de drones na segurança e prevenção.O Governo de Luís Montenegro diz estar disposto a encontrar soluções transversais, que não fiquem circunscritas a uma legislatura, e em todas estas áreas o PS espera que haja recetividade para um entendimento em certas matérias para o Orçamento do Estado. Na habitação, os socialistas defendem o regresso das cooperativas e a maior aposta em construção pública. Em Luanda, José Luís Carneiro muniu-se de informação junto de construtores portugueses e da diáspora, que lhe terão assinalado um investimento tecnológico na própria construção, o que mitigaria tempos de espera. Mas é no investimento em construções modulares, mais rápidas e baratas, como proposta de curto prazo, que o Governo estará mais interessado em perceber o que os socialistas poderão aportar. Pode ser ponte de aproximação.A reunião mantém-se marcada, apesar de o Governo ter cancelado iniciativas de agenda devido à tragédia no elevador da Glória, isto pelo relevo que o Executivo dá à conversa com o PS. Na quarta-feira acolheu Livre, Iniciativa Liberal e Chega e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, salientou querer “negociar com todos”, mas relevou a “responsabilidade” de liberais e do partido de André Ventura. No anteprojeto da lei laboral e na lei da Nacionalidade, a esquerda está, veementemente, contra e não se augura um acordo de viabilização. O PS está disposto a fazer propostas, mas não dará aval ao que diz ser um “ataque às mulheres, jovens e trabalhadores.” Por isso mesmo, o Chega tem assumido disposição de ser o “parceiro preferencial” do Governo da AD, apesar de também levantar objeções e criticar as propostas quanto aos direitos parentais..OE 2026. Chega só negoceia com reuniões públicas. E sem ziguezagues do Governo.Carneiro adverte: PS votará contra proposta do OE se Governo insistir nas alterações às leis laborais.PS propõe 15 medidas para a Justiça. Valorizar Oficiais de Justiça e levar funções do Governo para comarcas