Mariana Mortágua diz que o Governo beneficiou a banca duplamente no OE2026, com a descida no IRC, e porque "vai deixar de pagar o adicional de solidariedade".
Mariana Mortágua diz que o Governo beneficiou a banca duplamente no OE2026, com a descida no IRC, e porque "vai deixar de pagar o adicional de solidariedade".Foto: Líbia Florentino/Global Imagens

OE2026: Mariana Mortágua diz que este "é o orçamento da desigualdade fiscal"

Numa ação em Barcelos, a líder do BE defendeu que "não há nenhuma razão para que este Orçamento do Estado tenha de trazer uma borla fiscal aos bancos".
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A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, classificou esta quinta-feira o Orçamento do Estado 2026 (OE2026) como o "orçamento da desigualdade fiscal, em que mais uma vez assistimos grandes bancos, grandes fundos de investimento" passam a pagar menos impostos, "enquanto a maior parte das pessoas sofre porque não consegue sequer pagar a renda da sua casa".

Durante uma ação de campanha eleitoral em Barcelos, a líder bloquista garantiu que leva "o Orçamento do Estado muito a sério" e explicou que gosta de falar sobre o tema só depois de ler o documento, "com muito cuidado" e depois de "analisar os números".

No entanto, "o Governo escolheu antecipar a apresentação do documento", criticou a deputada única do BE, sugerindo uma explicação para esta antecipação: "Nós sabemos por que o fez. As notícias da Spinumviva não eram muito favoráveis ao Governo."

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na apresentação do OE2026, explicou que o prazo de entrega do documento era dia 10 de outubro, mas o Governo antecipou-se, até porque, admitiu, é viciado em cumprir prazos.

Mariana Mortágua falou assim em "desprezo pelas eleições autárquicas", até porque, criticou, "o Governo decidiu ocupar os últimos dias de campanha autárquica com um tema que não tem a ver com a campanha autárquica – o Orçamento do Estado –, sabendo que a imprensa, que as forças políticas, os deputados estariam demasiado ocupados para poderem dar ao Orçamento a atenção que merece".

"Não me parece uma forma séria de promover e de começar a discussão do Orçamento do Estado", rematou.

´Sobre os temas que a incomodam no documento, tendo em conta o que viu na apresentação do OE2026, Maraiana Mortágua destacou os benefícios fiscais à banca.

"O que me choca é o fim do adicional de solidariedade à banca. A banca vai ser beneficiada neste Orçamento do Estado por duas vias, vai descer o IRC, que é o imposto que a banca paga sobre os lucros, e vai deixar de pagar o adicional de solidariedade", criticou.

"Não há nenhuma razão para que este Orçamento do Estado tenha de trazer uma borla fiscal aos bancos, como aliás já está mais do que previsto e mais do que visto que vai trazer, é que se acrescenta a uma borla fiscal já anunciada às grandes empresas e também aos fundos de investimento imobiliário. Este é e parece ser o Orçamento da desigualdade fiscal, em que mais uma vez assistimos grandes bancos, grandes fundos de investimento a pagarem menos impostos, enquanto a maior parte das pessoas sofre porque não consegue sequer pagar a renda da sua casa", concluiu.

Mariana Mortágua diz que o Governo beneficiou a banca duplamente no OE2026, com a descida no IRC, e porque "vai deixar de pagar o adicional de solidariedade".
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