Mortágua responde à acusação de “radical” de Moedas recuando aos tempos de Jorge Sampaio
Mariana Mortágua ripostou a aproximação ao “radicalismo” que Carlos Moedas expressou na apresentação da candidatura ao município de Lisboa, quando afirmou que a capital não precisava de “aventuras radicais”. “Houve uma boa resposta da candidata Alexandra Leitão [PS]. São posições vazias, de propaganda, de quem não tem trabalho feito a mostrar. Radical é a sujidade nesta cidade, na qual precisamos de resolver o lixo. Radical no mau sentido – porque há um bom sentido e é preciso fazer mudanças radicais, por vezes – é o facto de as pessoas não conseguirem pagar uma renda. Carlos Moedas não conseguiu combater este fenómeno, não conseguiu combater o facto de Lisboa ser uma cidade para elites. E Lisboa tem de ser para todos. Carlos Moedas fez muita propaganda, mas pouco mudou. A cidade está pior, está caótica, os transportes não funcionam, o lixo é visível para qualquer pessoa, não há acesso à habitação e a cidade tem uma carga turística que não é compatível com a vida da cidade”, reagiu esta sexta-feira, 18 de julho, perante os jornalistas depois de uma coligação que teve quase 300 pessoas em apoio no Miradouro São Pedro de Alcântara.
A união das vontades à esquerda recuou aos tempos de Jorge Sampaio, quando o conseguiu também para a eleição no município. “Foi aqui lembrada a experiência de Jorge Sampaio, foi recordado como o somatório dos partidos pode criar esperança num projeto mobilizador para a cidade. É para isso que queremos contribuir. Lisboa dá um primeiro sinal. Temos um governo de direita e uma Câmara Municipal de direita. Este esforço de coligações feitas em nomes de cidades é aquilo que pode trazer esperança para o futuro”, enfatizou.
A terminar, deixou um desejo: “Que o PS, o Bloco, o Livre e o PAN consigam superar estes fronteiras em prol de Lisboa.”
Recorde-se que Sampaio estabeleceu um acordo com o PCP em 1989 e assim foi eleito presidente do município em 1990, perdurando até 1995 no cargo. A aliança entre socialistas e comunistas decorreu durante 12 anos.