Montenegro sobre a casa de Espinho: "Entreguei toda a documentação que me foi pedida"
"Cumpri sempre as minhas funções e também dei resposta às solicitações que me foram feitas". A declaração foi feita pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, esta sexta-feira, quando confrontado com notícia de que não entregou faturas da casa de Espinho à Polícia Judiciária (PJ).
"Sei que há tentativas de reeditar notícias antigas e requentadas, mas estou muito à vontade e tranquilo", disse Montenegro, à margem de uma visita à Bolsa de Turismo de Lisboa, desvalorizando a notícia da edição desta sexta-feira do Expresso.
"Eu entreguei toda a documentação que me foi pedida, não vale a pena estarem a deturpar as coisas", garantiu o chefe do Governo depois de ter sido questionado sobre os documentos relativos à construção da sua casa de Espinho, que, em dezembro de 2023, levou a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito.
De acordo com o jornal, Luís Montenegro foi contactado, no ano passado, por uma inspetora da PJ sobre a entrega da documentação relativa às obras na sua casa em Espinho, quando antes tinha expressado a sua disponibilidade em entregar os documentos à justiça. Sete dias depois, o primeiro-ministro respondeu à inspetora da PJ que se mostrou disponível em receber a "documentação pertinente", mas Montenegro acabou por remeter para a Câmara Municipal de Espinho e Autoridade Tributária. Isto no âmbito de um inquérito-crime aberto pelo Ministério Público, que foi depois arquivado, com base numa denúncia sobre eventuais benefícios fiscais ilegítimos durante a construção da sua casa em Espinho.
Em resposta ao Expresso sobre quando entregou o dossiê com faturas, o primeiro-ministro afirmou: “Reitera-se que nesse dossiê estão todas as faturas respeitantes à obra, para efeito de verificação pelas autoridades, se e quando entenderem.”
Eleições. Montenegro diz que vão estar em causa "dois projetos políticos", o do PS e o da AD. "E dois líderes políticos”
Sobre a crise política, que levou à queda do Governo e a eleições antecipadas para dia 18 de maio, Luís Montenegro disse acreditar que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "identificou bem a questão política que suscitou a dissolução do Parlamento e a marcação das eleições".
“Nesta altura, o que importa reter é que vamos ter dois meses de apreciação das propostas políticas e dos líderes políticos que os portugueses querem que sejam a matriz da governação nos próximos anos”, defendeu o primeiro-ministro.
Montenegro disse ainda concordar com a posição de Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista, de que estão em causa as lideranças da AD e do PS.
"Para a liderança do Governo estarão em causa dois projetos políticos: o projeto político do Partido Socialista, o projeto político da AD. E dois líderes políticos: o do PS e o da AD”, defendeu o primeiro-ministro.