Primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante a visita às instalações da empresa Sword Health, no Porto
Primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante a visita às instalações da empresa Sword Health, no PortoESTELA SILVA/LUSA

Montenegro critica “querela comunicacional” por se falar em otimizar recursos na saúde

Primeiro-ministro refere-se às críticas que surgiram depois de ter dito que era preciso otimizar os recursos e gerir melhor o investimento financeiro na saúde.
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O primeiro-ministro criticou esta segunda-feira, 3 de novembro, a “grande querela comunicacional” que se gerou em Portugal por ter dito que era preciso otimizar os recursos e gerir melhor o investimento financeiro na saúde.

“Por alguém ter dito que era preciso otimizar os recursos e gerir melhor o investimento financeiro que se estava a fazer para se produzir melhores resultados e para se poder, no fundo, prestar melhor serviço gastando menos `aqui-d´el-rei´ que o país ia parar”, afirmou Luís Montenegro na visita à Sword Health, no Porto, acompanhado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e do novo presidente da Câmara do Porto, Pedro Duarte.

Nos últimos dias, várias têm sido as críticas, depois de o diretor executivo do SNS ter, alegadamente, dado instruções aos hospitais para reduzirem a despesa em 2026.

Segundo uma notícia do Público, a ordem é para reduzir os gastos com medicamentos, produção adicional (como as cirurgias fora do horário para aliviar as listas de espera), prestadores de serviço e contratações de pessoal.

O primeiro-ministro lamentou que se tenha criticado “uma coisa tão simples e óbvia”, lembrando que nos últimos 10 anos a despesa com o sistema de saúde passou de oito mil milhões de euros para 18 mil milhões, mais do dobro, sem que houvesse uma correlação entre esta evolução e os serviços que são prestados.

“Pois, aquilo que nós queremos é isto. O que nós queremos em Portugal é mais cuidados de saúde, mais eficácia e eficiência e, ao mesmo tempo, também melhor resultado financeiro ou poupança como lhe chamaram”, vincou.

Segundo o chefe do executivo, Portugal tem de enfrentar estes problemas "sem complexos, sem barreiras, com espírito inovador e empreendedor".

“É este Portugal que nós queremos, não é o Portugal dos `Velhos do Restelo´ que se ficam sempre a queixar, mesmo quando depois a realidade mostra que estão errados, que os objetivos e os resultados que estavam enunciados não foram alcançados”, atirou.

Em sua opinião, Portugal precisa de ter uma cultura mais comprometida com os resultados.

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Montenegro disse ainda que há em Portugal aqueles que tentam diabolizar o setor privado da saúde dizendo, nomeadamente, que o Governo quer privatizar a saúde.

“Ainda ontem [domingo] ouvi um líder político, um líder de um partido político com responsabilidades mais do que muito grandes nos últimos anos, dizer que este Governo queria privatizar a saúde, que é uma coisa que, de facto, é difícil de compreender, mas como se nós desejássemos às pessoas que não tivessem solução”, afirmou.

O chefe do executivo ressalvou que a solução do SNS não é o sistema privado de saúde e que quem tem essa ilusão não sabe o que diz.

“Não é o setor privado da saúde que vai salvar o SNS, o SNS é que pode salvar o setor privado da saúde se não mandar tantos utentes para lá”, atirou.

Montenegro disse que o setor privado da saúde em Portugal está a ficar tão bloqueado como o setor público por falta de soluções.

Situação que só se resolve com inovação, aproveitamento de todo o potencial tecnológico e aplicação da inteligência artificial ao processo de saúde com sentido de responsabilidade e certeza científica e técnica, considerou.

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