Luís Marques Mendes desvalorizou este domingo, dia 28 de dezembro, o que considera ser uma "polémica sem sentido" em torno da sua participação no Conselho de Estado, afirmando que são apenas "três horas a menos na campanha". Marques Mendes respondeu sobre esta questão aos jornalistas à chegada ao Fundão, no distrito de Castelo Branco, para um almoço com apoiantes da sua candidatura."Participar na reunião do Conselho de Estado significa apenas três horas a menos na campanha. Não tenho problema nenhum com isso", afirmou Marques Mendes sobre a reunião convocada para dia 9 de janeiro, dez dias antes das eleições presidenciais, e onde participa como conselheiro de Estado, assim como o candidato e líder do Chega, André Ventura.Para Marques Mendes, o Presidente da República marcou um Conselho de Estado "porque as coisas estão a acelerar e tem, por isso, razão de ser, porque esta reunião pode ser importante perante as decisões que se estão a tomar relativamente à Ucrânia". O candidato considera assim que "é uma polémica que não faz sentido"."Eu vou ao Conselho de Estado. Quem se poderia eventualmente queixar desta decisão sou eu e o André Ventura, porque somos os dois conselheiros", garantiu o social-democrata.André Ventura apelou no sábado ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que adiasse a reunião do Conselho de Estado para depois de uma eventual segunda volta das eleições presidenciais, que, a verificar-se, se realiza no dia 8 de fevereiro. Ainda assim, reconheceu que iria marcar presença, entendendo que a reunião deveria prever "um balanço do mandato de 10 anos de Marcelo Rebelo de Sousa e o que este deixou na cena internacional." O líder do Chega vê o atual Presidente da República a "interferir" nas Presidenciais. Cotrim de Figueiredo alinhou-se ao lado de Ventura no mesmo pedido, considerando que Marcelo tem tido um final de mandato "atabalhoado."Este domingo, o candidato Henrique Gouveia e Melo declarou que ser-se membro do Conselho de Estado não é compatível com ser-se candidato presidencial, referindo-se apenas a Marques Mendes. "Não só porque tem acesso a informação privilegiada, como está numa função de Estado que não é compatível com o facto de ser candidato", declarou."Se fosse eu, tinha pedido ao senhor Presidente da República para sair do Conselho de Estado logo que me tivesse candidatado. Isso não aconteceu, acho mal, é a minha opinião, mas é o doutor Luís Marques Mendes que vai ter de pensar se ser conselheiro de Estado e ser candidato em simultâneo é uma coisa boa ou má", apontou.Na atual legislatura, a Assembleia da República, ao fim de mais de seis meses, ainda não elegeu os cinco membros que lhe compete indicar para o Conselho de Estado. Como tal, permanecem Carlos Moedas (PSD), Pedro Nuno Santos, Carlos César (PS) e André Ventura, todos eleitos em 2024. Também fazia parte deste órgão o fundador do PSD e antigo primeiro-ministro, Francisco Pinto Balsemão, que morreu em 21 de outubro.Entre os membros do Conselho de Estado nomeados por Marcelo Rebelo de Sousa, está Luís Marques Mendes, a antiga ministra e atual vice-presidente do PSD Leonor Beleza, a escritora Lídia Jorge, a maestrina Joana Carneiro e o antigo dirigente do CDS António Lobo Xavier..Cotrim critica marcação de Conselho de Estado. Diz que final de mandato de Marcelo está a ser “atabalhoado”.Gouveia e Melo: "Porque é que um dos candidatos, que é conselheiro de Estado, não pediu para ser substituído?"