O simbolismo de ter um músico com carreira internacional, e filho de imigrantes, como figura destacada da sua campanha presidencial, marca a escolha de Dino D’Santiago para mandatário da Cultura,Diversidade e Inclusão de Marques Mendes. Mas o seu diretor de campanha, Duarte Marques, realçou, em declarações ao DN, que se trata de “um apoio muito natural”, visto que o conselheiro de Estado e o algarvio natural de Quarteira, com raízes familiares em Cabo Verde, se conhecem há muitos anos, sendo os pais do cidadão registado com o nome Claudino Jesus Borges Pereira admiradores do antigo líder social-democrata. “É uma questão de abrangência. Do candidato presidencial e das pessoas que estão dispostas a estar ao seu lado”, defende o antigo deputado do PSD, apontando outros exemplos de apoiantes distantes da área política de Mendes, como a escritora Alice Vieira, o apresentador televisivo Júlio Isidro e o ex-secretário de Estado socialista Sobrinho Teixeira. Quanto ao cantor, compositor e escritor, aponta-o como “um símbolo de integração, de cultura e também de juventude”.Atrair o eleitorado mais novo, segmento que as sondagens indicam ser um ponto forte de outros candidatos, como André Ventura e João Cotrim de Figueiredo, é também uma prioridade para o advogado de 68 anos. Marques Mendes tem apelado a esses eleitores, salientando nos debates televisivos a intenção de incluir um jovem entre as cinco figuras que indicará para o Conselho de Estado se vier a ser eleito Presidente da República. E, ao anunciar a escolha do piloto Miguel Oliveira como mandatário para o Desporto, justificou-a por ser “um jovem que dá voz às ambições da sua geração” e está fora do sistema partidário “num tempo em que muitos jovens estão desiludidos com o sistema político”. Favorito nas últimas sondagens, o social-democrata não conseguiu ter consigo a Juventude Popular, que deu liberdade de voto aos membros, apesar de a Comissão Executiva do CDS-PP se ter juntado ao PSD no apoio à sua candidatura ao Palácio de Belém.No comunicado enviado na manhã desta quinta-feira, confirmando a escolha de DinoD’Santiago, que partilhara nas suas redes sociais um vídeo em que o conselheiro de Estado pedia a bênção ao seu progenitor, numa videochamada, a candidatura de Marques Mendes recordou que o músico recebeu a medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura em 2023. Uma distinção que “significou o reconhecimento do contributo para a criação musical em língua portuguesa e para a sua projeção no mundo”, bem como do seu “papel na promoção do diálogo cultural entre os povos que falam português“ e do “empenho na defesa da igualdade e no combate a todo o tipo de discriminação”.O DN procurou saber quais foram os motivos de Dino D’Santiago, que ficou mais conhecido após a colaboração com a norte-americana Madonna, quando a artista conhecida por “rainha da pop” residiu em Portugal, para aceitar o convite, que implicará a participação na campanha para as eleições presidenciais de 18 de janeiro de 2026, mas não foi possível contactar o músico, que está “a cumprir agenda profissional no Brasil”.Nas redes sociais, André Ventura reagiu à confirmação da escolha de mandatário do rival nas eleições presidenciais, escrevendo que Marques Mendes “já era o candidato do sistema” e tornou-se o “candidato imprestável para a Nação”. Isto porque, aludindo a declarações proferidas no passado por Dino D’Santiago, disse que o músico “quer mudar a letra do Hino Nacional e diz que Portugal é racista “. Há dois anos, numa conferência dedicada aos 50 anos do semanário Expresso, o artista sugeriu a criação de um novo hino, “menos belicista”.Para o diretor de campanha de Marques Mendes, a reação do líder do Chega está longe de ser uma surpresa. “É a diferença entre um radical e um candidato moderado”, defende Duarte Marques..Detalhes.À frente na sondagemConfirmando a tendência positiva para o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP, a sondagem da Consulmark2, divulgada nesta quinta-feira pela Euronews, coloca Marques Mendes como o mais provável participante na segunda volta das eleições presidenciais. Num estudo com margem de erro de 3,4%, aparece com 16,9%, tendo atrás de si quatro candidatos em empate técnico: António José Seguro (13%), Gouveia e Melo (12,7%), André Ventura (12,6%) e Cotrim de Figueiredo (12,2%). Os restantes ficam abaixo dos 5%.Atenção aos jovensA candidatura de Marques Mendes inclui o movimento jovem de apoio Geração 26, com medidas para as áreas da Habitação; Inteligência Artificial; Agenda Climática; Igualdade de Género;, Representação na Democracia; Emigração, Emprego e Salário; Proteção da Infância; Educação e Cultura; Soberania e Europa; e Saúde Mental e Desporto.Apoio a socialistaEm 2021, Dino D’Santiago integrou a comissão de honra para a reeleição do socialista Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, o concelho algarvio de onde o músico é natural.