A decisão de Marcelo Rebelo de Sousa está tomada: a 19 de maio, o Presidente da República vai “pegar nos resultados eleitorais” e tentar encontrar uma “solução” de Governo que seja a “melhor ou menos má” das que saírem “do voto dos portugueses” no dia anterior.Ou seja: se havia dúvidas, foram desfeitas esta quinta-feira, em declarações feitas no Palácio de Belém, onde o Presidente da República - que já dissera só empossar um Executivo tendo “certeza” da aprovação do programa do Governo - não fechou a porta a uma nova geringonça. O fator-chave? Que o povo decida “o que quer como quadro, dentro do qual os partidos vão atuar.”Não obstante as configurações parlamentares que possam sair das eleições de domingo, o chefe de Estado diz que a governabilidade “está na cabeça de todos, dos partidos, dos líderes, e está na cabeça dos portugueses.Há uma semana, Marcelo Rebelo de Sousa já dissera que “é bom” que os eleitores saibam que “há várias formas” de garantir que, após as eleições, o Presidente “está à vontade” para nomear um Governo. A intenção é evitar precisamente aquilo que aconteceu em 2015, quando Cavaco Silva chamou Passos Coelho a formar Governo, mesmo sabendo que o Parlamento tinha uma configuração à esquerda, o que inviabilizava a aprovação do programa. Isto é, evitar que haja “um Governo que logo à partida, ouvidos os partidos todos, não tem condições nenhumas para ser viabilizado no Parlamento”. Neste sentido, diz o Presidente no é “positivo” que os partidos tenham já falado de possíveis “bases de apoio”, nomeadamente um eventual acordo parlamentar entre AD e IL ou uma possível geringonça à esquerda (mas, aqui, todos exigem, tal como em 2015, um acordo escrito). Mas não só. Segundo disse o próprio Pedro Nuno Santos, o diálogo pode acontecer “entre todas as forças políticas”, caso o Governo seja “liderado pelo PS”..Marcelo irá abdicar da reforma de ex-Presidente da República, mantendo a de professor. Ventura não volta à campanha Depois de, na véspera, Luís Montenegro, ter pedido uma “maioria” que garanta legitimidade para governar, esta quinta-feira, a AD desceu a rua de Santa Catarina, no Porto. No final, o presidente do PSD disse sentir “mais força” ao ver o “mar de gente” que o ouvia.Mais cedo (mas com poucos minutos de intervalo) foi a vez do PS percorrer a principal rua da Baixa do Porto, onde Pedro Nuno Santos se mostrou convicto de que os socialistas vão “ganhar”. Tudo devido à “loucura” de pessoas na arruada e ao “grande entusiasmo” demonstrado por quem ali esteve. “Já estive aqui várias vezes e nunca vi isto”, confessou.O dia ficou também marcado por mais um episódio de saúde de André Ventura. Durante uma arruada em Odemira, o líder do Chega (que regressara à após ter estado ausente no dia anterior) voltou a sentir-se mal. Após ter realizado um cateterismo em Setúbal que “não encontrou mais nada” além do primeiro diagnóstico que levou ao internamento em Faro. Ainda assim, o candidato “não estará mais na campanha”, anunciou o partido..Ventura já teve alta: "Vou olhar pelo meu esófago. Tenho pena, mas não conseguirei acompanhar o meu partido" .Marcelo afirma que irá procurar solução "melhor ou menos má" e que "decisivo é o povo"