Operação Tutti Frutti. Inês Drummond renuncia ao mandato de vereadora na Câmara de Lisboa
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Operação Tutti Frutti. Inês Drummond renuncia ao mandato de vereadora na Câmara de Lisboa

Decisão vem na sequência do caso Tutti Frutti, em que foi acusada de quatro crimes de prevaricação.
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Inês de Drummond Gomes, vereadora na Câmara Municipal de Lisboa e ex-presidente da Junta de Freguesia de Benfica, renunciou ao cargo na sequência da acusação no caso Tutti Frutti.

"Renuncio ao mandato de vereadora que exerço há três anos de forma não remunerada. Faço-o com o sentimento de dever cumprido e consciência de total transparência e regularidade dos atos que pratiquei, sempre na prossecução do interesse público que norteou toda a minha vida cívica e política", diz em comunicado esta quarta-feira.

Na nota, a vereadora, que foi acusada de quatro crimes de prevaricação, reforça: "É inequívoco, e como sempre afirmei, que em nenhum momento fui considerada suspeita do recebimento de qualquer vantagem ou benefício pessoal. Não podia ser de outra forma, dado que estou totalmente certa e convicta da lisura que sempre apliquei na defesa do interesse público".

Inês Drummond considera que "o MP continua a estabelecer imputações com base num pressuposto que configura um erro". E especifica: "Uma pretensa amizade que não existe, relativamente à contratação de uma empresa que não beneficiei, e à qual, inclusivamente, apliquei sanções pelo incumprimento do contrato".

Drummond garante ainda: "Estou muito tranquila com o desenrolar do processo, sabendo que nada de errado fiz e certa de que isso ficará demonstrado na fase de instrução - na qual, pela primeira vez, intervém um juiz".

O vereador da Câmara de Lisboa Ângelo Pereira, do PSD, também pediu na terça-feira a suspensão de funções, "aceite de imediato", na sequência da sua acusação no processo Tutti Frutti.

O deputado do PSD Luís Newton anunciou na terça-feira que vai pedir a suspensão do mandato como parlamentar, apesar de dizer ainda desconhecer a acusação do processo Tutti Frutti.

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No total, os 60 arguidos, maioritariamente ligados ao PSD e ao PS, respondem por 463 crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, tráfico de influência, branqueamento, burla qualificada, falsificação de documento, abuso de poder e recebimento indevido de vantagem, algum dos quais na forma agravada.

Quatro atuais presidentes de Junta de Freguesia em Lisboa, um dos quais deputado, um outro parlamentar, dois vereadores na capital e um em Vila Nova de Gaia estão entre os 60 acusados.

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