Inês de Sousa Real acusou a IL de ir atrás da "agenda xenófoba e racista do Chega" por o partido de Rui Rocha querer incluir no RASI dados sobre nacionalidade de criminosos. O líder da IL argumentou que "os factos não discriminam".
Inês de Sousa Real acusou a IL de ir atrás da "agenda xenófoba e racista do Chega" por o partido de Rui Rocha querer incluir no RASI dados sobre nacionalidade de criminosos. O líder da IL argumentou que "os factos não discriminam".Foto: DR

Inês de Sousa Real e Rui Rocha concordam em refletir sobre o crime de violação e discordam em tudo o resto

No frente-a-frente desta terça-feira o líder da IL disse que "não há liberdade sem segurança", defendendo mais investimento na polícia. "A segurança começa dentro de casa", frisou a porta-voz do PAN.
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O único ponto de aproximação entre Inês de Sousa Real e Rui Rocha, no debate que opôs, respetivamente, os líderes do PAN e da IL esta terça-feira na SIC Notícias, passou por uma reflexão sobre o crime de violação.

O debate divergiu do tema da segurança interna para o da segurança da casa rapidamente, mas não antes da porta-voz do PAN explicar ao seu oponente que “olha com estupefação para a direita do campo democrático a ir atrás do Chega”, que, afirmou, apresenta uma "agenda xenófoba e extremista", lembrando que a IL defendeu a inclusão de dados sobre nacionalidade no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).

Rui Rocha argumentara que "não há liberdade sem segurança" e que Portugal precisa de "polícia de proximidade" com a população.

Por este motivo, explicou que "quantos mais dados, mais factos tivermos, melhor podemos dirigir" a polícia para a segurança dos portugueses.

Neste ponto, Rui Rocha defendeu mais investimento para as forças de segurança, que passa também por "equipamento não letal para que não aconteçam tragédias".

Perante estes argumentos elencados pelo líder da IL, Inês de Sousa Real contra-atacou com a ideia de que a falta de segurança "começa dentro de casa com a violência doméstica".

Para sustentar esta ideia, a porta-voz do PAN evocou "a notícia de uma jovem de 23 anos alcoolizada e violada", do mesmo modo que lembrou a violação de uma jovem em Loures que foi partilhada nas redes sociais, com mais de 30 mil visualizações e sem que ninguém a tivesse denunciado.

"Não vemos a direita que devia ser social a ir atrás destes fenómenos", afirmou Inês de Sousa Real, acrescentando que há "meninas a ser revitimizadas nas redes sociais".

"Não podemos compactuar com isto enquanto sociedade", apelou a líder do PAN, enquanto afirmava que "estas jovens ficam com as suas vidas destruídas, são humilhadas e a cada partilha revitimizadas".

Rui Rocha, sem hesitação e admitindo estar "chocado", subscreveu esta "preocupação", na qualidade de "pai de uma jovem de 21 anos".

"Acho que estamos no momento como sociedade de convocar todos para uma reflexão", propôs.

Rui Rocha lembrou que a IL tem no programa “um plano de saúde e para a dimensão emocional” que estabelece caminhos para "identificar alertas e passos a dar sempre que estas questões apareçam".

No que diz respeito à transição energética, Rui Rocha lembrou que, no frente-a-frente que protagonizou com Inês de Sousa Real a propósito das legislativas de 2024, abordaram o mesmo tema, com discordâncias no que diz respeito à energia nuclear.

O líder da IL afirmou que o seu partido é favorável "ao princípio da neutralidade tecnológica" e que, por esse motivo, "com esses requisitos da viabilidade económica, [a energia nuclear] é uma energia limpa e capaz de escalar na sociedade europeia".

Para sustentar a afirmação, Rui Rocha lembrou que "a posição avessa à energia nuclear teve consequências na Alemanha, que ficou dependente do senhor Putin".

Inês de Sousa Real lembrou que a "questão da transição energética não se esgota na energia nuclear" e lamentou que a "a única força política que votou contra a lei de bases do clima" tenha sido a IL, o que teria sido essencial para "combater o negacionismo".

Com o argumento de que a "lei de bases do clima é essencial para Portugal", a líder do PAN afirmou que "são os pobres, os mais vulneráveis que vão ser os mais afetados".

Para rebater os argumentos favoráveis à energia nuclear esgrimidos por Rui Rocha, Inês de Sousa Real lembrou que "Portugal tem uma escassez brutal de água", motivo pelo qual "não podemos dar-nos ao luxo" de ter esta opção.

A deputada única do PAN defendeu que devessem ser executados os "429 milhões de euros" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinados à "indústria verde", acrescentando que "é essa a visão que o PAN tem para trazer ao país".

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