Inês de Sousa Real vai recandidatar-se à liderança do PAN e para o efeito convocou o X Congresso Nacional do partido, que os filiados e apoiantes do partido já reivindicavam. O congresso deveria ter acontecido a meio de 2025, mas ao DN, na semana passada, a porta-voz do PAN, justificou que “não houve maioria” para se aprovar uma data. Ficou a promessa de que iria acontecer até final do ano. Agora, ao avançar o Congresso em Coimbra, Sousa Real ouve críticas novamente. “Está a dar como garantido algo que não foi sequer apresentado à Comissão Política Nacional”, aponta Fernando Geração, que foi eleito para a Comissão Política Nacional vindo da lista de Nélson Silva, que se candidatou em 2023 à liderança. O filiado lembra que os membros foram convocados para uma reunião extraordinária, mas refere que “não foi aberta qualquer discussão sobre regulamento nem aprovada a localização”, no caso Coimbra, como é indicado no comunicado à Imprensa.Ao DN, Fernando Geração, que já se posicionara na segunda-feira crítico de uma Comissão Política Nacional “composta por um grupo de amigos”, ratifica as palavras que prestou à Lusa, e que “diz muito da forma” como Sousa Real tem conduzido o partido, falando em “desrespeito pelos órgãos.” Ao DN, acrescenta ainda que a “Comissão Política Nacional nem sequer está completa, ou seja, no nosso caso, dos seis nomes que estão lá, três já não estão filiados”, avisando ademais que “foi criado um grupo de trabalho, que trata da proposta para regulamento do Congresso e para a constituição da Comissão Organizadora do Congresso” e que as listas, “que têm direito a apresentar as suas propostas”, não têm conhecimento. Reivindica o que outros dirigentes também assinalavam: a falta de tempo para construir propostas e listas de oposição.O dirigente levantou a possibilidade de não se aprovar uma data para realização do Congresso, dada a recente falta de quórum nas reuniões, pela pouca participação. Ao DN, na segunda-feira, admitiu “impugnar eleições se o Congresso não permitir que filiados sem estarem agrupados em distritais possam eleger delegados.” Nessa edição, Nélson Silva, ex-candidato à liderança, Pedro Fidalgo Marques, ex-candidato às Europeias, e o ex-militante Rui Prudêncio salientaram as críticas quanto a “autocracia” e “falta de debate interno.”A porta-voz e deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, avançou com a promessa de uma reestruturação. Lidera o partido desde junho de 2021, quando foi a única candidata ao lugar no congresso que decorreu em Tomar. A atual líder sucedeu a André Silva. Em 2023, ganhou com 72% dos votos frente a Nélson Silva. .Dezenas de militantes abandonam PAN: "Partido desvirtuou o seu ideário".Desfiliações no PAN multiplicam-se e militantes apontam a falta de diálogo