"Impõe-se um processo de análise." Seis membros da Comissão Nacional do PS defendem congresso após autárquicas
As legislativas de domingo "resultaram num dos desfechos mais difíceis da história" do PS. Por isso, seis membros da Comissão Nacional fizeram uma proposta de deliberação onde defendem que se "impõe" ao partido "um processo de análise e debate interno sério e estruturado".
O objetivo, defendem, é "compreender as causas desta evolução e preparar o futuro com responsabilidade e visão estratégica". Portanto "não se recomenda a realização imediata de eleições internas", ao contrário do que parece ser a decisão do presidente do PS, Carlos César, que deverá convocá-las para final de junho/início de julho.
Segundo estes militantes, onde se inclui Daniel Adrião (que já foi quatro vezes candidato à liderança socialista), "o partido precisa de repensar o seu rumo programático e estratégico" e rever o seu "modelo organizacional".
A opção devem ser eleições em "outubro/novembro", num modelo de "primárias abertas" e, assim, depois das autárquicas deste ano. "É essencial evitar a ocorrência de processos eleitorais internos, que constituiriam, necessariamente, um fator de desfocagem do combate eleitoral que o PS tem pela frente e no qual deve concentrar todas as suas energias", defendem os membros da Comissão Nacional.
Ao DN, Daniel Adrião afirmou que só “tomará uma decisão" sobre uma recandidatura depois da reunião da Comissão Nacional deste sábado, que se realiza às 11h no hotel Altis, em Lisboa.
A proposta destes membros da Comissão Nacional não é única, uma vez que Miguel Prata Roque, ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, também fez um pedido semelhante na passada segunda-feira.
Numa nota, o candidato derrotado à liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) defendia que as eleições para a liderança dos socialistas só deviam acontecer “em final de outubro de 2025”, para permitir “a discussão democrática e plural de ideias e garantir a abertura a novas candidaturas”. Com isto, o Congresso do PS só devia ser “marcado para o início de novembro de 2025”, para que o sucessor de Pedro Nuno Santos pudesse "tomar decisões sobre a votação do Orçamento do Estado para 2026”.
Até essa altura, Carlos César deveria assumir a responsabilidade de secretário-geral, defendem Miguel Prata Roque e estes seis membros da Comissão Nacional.
Com Artur Cassiano