Desviar atenções e tirar votos ao Chega. PS, BE e Livre criticam PSD pela saída forçada de migrantes
Foto: Amanda Lima

Desviar atenções e tirar votos ao Chega. PS, BE e Livre criticam PSD pela saída forçada de migrantes

Governo confirmou que na próxima semana a Agência para a Integração, Migrações e Asilo vai começar a notificar 18 mil imigrantes para abandonarem o país.
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O Governo confirmou que na próxima semana a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) vai começar a notificar 18 mil imigrantes para abandonarem o país. As primeiras 4574 notificações seguem nos próximos dias, disse esta manhã o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em declarações aos jornalistas, na sequência de uma notícia do Jornal de Notícias. Para o governante, "esta informação confirma que a política de imigração em Portugal passou a ser de imigração regulada, que as regras de imigração são para cumprir".

Para o PS, Bloco de Esquerda e Livre, partidos que reagiram ao anúncio de Leitão Amaro, o PSD está a tentar desviar atenções dos problemas do país, a usar os imigrantes como bodes expiatórios e a tentar ir buscar votos à extrema-direita, ou seja, ao Chega de André Ventura.

“Eu vi sobretudo que o Governo está a tentar usar a imigração para fazer campanha e tentar garantir que não se fala daqueles que são os péssimos resultados que Luís Montenegro nos deixa na sua governação, nomeadamente a contração económica e é muito importante que nós não nos esqueçamos disso”, afirmou Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, numa ação de pré-campanha em Barcelos.

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Para o líder socialista, Luís Montenegro assentou os seus “bons resultados no país, para apresentar a Portugal, na economia, e aquilo que nós temos não é uma economia a crescer pouco, é uma economia em contração económica e este é o principal resultado negativo, para todos nós infelizmente, que Luís Montenegro nos deixa”.

O líder do Livre, Rui Tavares, também reagiu ao anúncio do Governo. “Basicamente, parece ser uma espécie de promessa eleitoral na competição pelo voto com a extrema-direita e, acerca da qual, o ministro nos dá pouquíssimas informações de como é que é que se vai cumprir”, afirmou Rui Tavares, à margem de uma visita ao Mercado da Afurada em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Também para Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, o PSD está a usar os imigrantes para fins políticos, fazendo um "ato administrativo ilegal um instrumento de campanha”. "O PSD, no momento de início da campanha, resolve fazer um anúncio que traz todos os fantasmas, e que identifica bodes expiatórios, neste caso, os imigrantes. Faz política contra os imigrantes porque acha que isso lhes permite disputar votos com o Chega", afirmou.

A líder do Bloco sublinhou que os imigrantes têm "exatamente os mesmos problemas" que a generalidade da população residente no país, dando como exemplo o acesso à habitação.

“Os imigrantes trabalham em Portugal e a prova disso é que o Governo apressou-se a fazer uma via verde para garantir que alguém vinha construir as pontes e que alguém vinha construir as casas e que alguém vinha construir os hotéis. Só há um problema: essas pessoas têm que viver como nós, têm que ter uma casa para habitar, um salário para ganhar. E por isso, quando nós protegemos imigrantes, protegemo-nos a todos”, disse Mariana Mortágua, num encontro onde foram abordados vários problemas da população da Amadora.

Rui Rocha defende que imigrantes que não cumpram lei “têm de sair”

Já o líder da IL defendeu que imigrantes sem trabalho não devem poder entrar em Portugal e os que não cumprirem a lei “têm de sair”, acusando a esquerda de ter como propósito “uma situação de descontrolo total das fronteiras”.

“Acerca da questão que tem sido hoje muito debatida, a posição da IL é muito clara: quem não tem trabalho, não pode entrar, quem não cumpre a lei, tem de sair. É assim num país que tem regras, que exerce a sua soberania”, afirmou Rui Rocha numa sessão de apresentação das propostas da IL para estas legislativas, no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto.

Em cima de um palco circular com o símbolo da IL, e por trás de um púlpito com o ‘slogan’ “Acelerar Portugal”, Rui Rocha disse que não se pode ignorar que o país tem atualmente “um milhão e 600 mil imigrantes”, pelo que é “absolutamente necessário ligar a economia às entradas”.

“Senão, nós não teremos a capacidade de acolher as pessoas com dignidade e seremos também cúmplices das situações de abuso, de exploração, de indignidade humana. E nós não seremos cúmplices da exploração humana”, afirmou, perante os aplausos da plateia.

Rui Rocha garantiu que, com a IL, haverá “um Estado capaz, forte, eficiente, focado nas suas funções essenciais”, o que passa também “pelo controlo das fronteiras”.

“Vamos ser claros: a esquerda, a governação do PS e o propósito da esquerda é uma situação de descontrolo total das fronteiras. Isso põe em causa a soberania do Estado português”, sustentou, acrescentando que é por isso que a IL defende que “a imigração deve ter regras e dignidade”.

“Eu resumo esta posição na seguinte afirmação: quem tem trabalho, entra, quem cumpre a lei, fica”, disse.

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