No rescaldo das autárquicas, Luís Montenegro lembrou que todos os seus opositores políticos se assumiram como "ganhadores".
No rescaldo das autárquicas, Luís Montenegro lembrou que todos os seus opositores políticos se assumiram como "ganhadores".Foto: Lusa

Da "redução" da CDU às primeiras câmaras do Chega, PSD e PS ficam quase "taco a taco"

Mortágua admite "resultados modestos", Tavares aponta outros "moderadamente positivos" e Raimundo admite quebra. PSD ganha pelo menos 124 câmaras e PS diz que voltou a ter "vitalidade".
Publicado a
Atualizado a

O líder do PSD, Luís Montenegro, tinha garantido no início da noite deste domingo, 12 de outubro, que não se demitira, fosse lá qual fosse o resultado. “Podem tirar o cavalinho da chuva”, insistiu. Os sociais democratas, sozinhos ou em coligação, tinham conquistado mais 124 câmaras, enquanto os resultados de Lisboa e do Porto apontavam também para vitória. Mas o líder do PS, José Luís Carneiro, cantou vitória, por comparação com os resultados das legislativas de maio, com um resultado que lhe garantiu cinco capitais de distrito que não tinha: Viseu, Bragança, Coimbra, Évora e Faro.

O Partido Socialista mostrou vitalidade e os portugueses voltaram a confiar no Partido Socialista”, sublinhou José Luís Carneiro, enquanto, na sede do partido, reagia aos resultados preliminares das autárquicas, apontando que os votos apurados até ao momento permitiam que os socialistas ficassem “com o mesmo número de capitais de distrito” com que ficaram os seus “principais competidores” - a AD.

Perante este Balanço, José Luís Carneiro definiu como desejo futuro “continuar a trabalhar com toda a humildade democrática”. Depois, virou-se para o Chega.

Em relação ao Algarve, lembrou José Luís Carneiro, “havia preocupações com o o crescimento da extrema-direita”. No entanto, continuou, o Chega, “que veio prometer 60 câmaras”, ficou “relegado para quinto lugar atrás da CDU e do próprio CDS”.

Chegámos aqui com o PS como o grande partido de alternativa política democrática da AD”, concluiu José Luís Carneiro.

Por seu turno, André Ventura afirmou que o Chega venceu “as suas primeiras câmaras municipais da história do partido, sendo simbólico que essa primeira vitória autárquica tenha sido com maioria absoluta numa câmara da região autónoma da Madeira”.

Assumindo para o Chega o epíteto de “partido da responsabilidade autárquica”, André Ventura lembrou que o partido também “tem muitos mais votos do que a CDU e do que o CDS”, numa resposta à observação do líder do PS.

O líder do Chega afirmou que “nunca está desiludido com o resultado” atribuído pelo povo, mas assumiu que este “não era porém a vitória e a amplitude” o partido queria.

Este partido luta para vencer”, assegurou, “não ficar em segundo ou terceiro”.

Luís Montenegro falou depois dos seus principais opositores e deixou-lhes uma mensagem: “É verdade que já muitos responsáveis e lideres falaram e se apresentaram como ganhadores”, lembrou, enquanto elencou que o PSD “teve mais votos, mais mandatos, que elegeu mais presidentes de câmaras municipais”, para além de ter obtido “vitória nos cinco maiores concelhos do país” e encontrar-se “em condições de liderar a Associação Nacional de Municípios Portugueses”.

Foi com este balanço que Montenegro falou em “humildade democrática e sentido de gratidão”.

A líder do BE, Mariana Mortágua, reconheceu resultados modesto do seu partido, mas fez um balanço positivo, com avisos: “Perante esta viragem à direita, a esquerda tem de saber ler este momento político, estar à altura das suas responsabilidades e encontrar caminhos de confiança e de diálogo.”

Também o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reconheceu uma quebra eleitoral, depois de ganhar 13 das 19 câmaras que a CDU conquistaram há quatro anos, referindo “uma redução da expressão eleitoral da CDU, seja da sua votação, seja dos seus mandatos, seja do número de municípios em que é força maioritária”. No entanto, considerou que “não traduz o reconhecimento do percurso, do trabalho e intervenção” dos eleitos comunistas.

A perpetiva do líder do Livre, Rui Tavares foi semelhante, reconhecendo resultados que “são positivos, embora moderadamente positivos”.

No rescaldo das autárquicas, Luís Montenegro lembrou que todos os seus opositores políticos se assumiram como "ganhadores".
Montenegro diz que "o PSD voltou a ser maior partido do poder local” e Moedas lança aviso à oposição em Lisboa
No rescaldo das autárquicas, Luís Montenegro lembrou que todos os seus opositores políticos se assumiram como "ganhadores".
A culpar oposição por "quatro anos difíceis" no primeiro mandato, Carlos Moedas promete "uma Lisboa melhor"
No rescaldo das autárquicas, Luís Montenegro lembrou que todos os seus opositores políticos se assumiram como "ganhadores".
A reação de Alexandra Leitão: “Assumo a derrota, agora serei oposição firme”

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt