O empresário luso-americano César do Paço entregou 100 mil euros à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, durante uma visita à corporação em que acompanhou o deputado Eduardo Teixeira, candidato do Chega à presidência da Câmara dessa capital de distrito. No entanto, garante que a sua doação não deve ser "associada a qualquer intenção de natureza político-partidária"."A atribuição deste apoio insere-se num quadro mais vasto e continuado de intervenções de carácter filantrópico que tenho vindo a realizar em diferentes pontos do país, em benefício de múltiplas corporações de bombeiros voluntários, selecionadas de forma aleatória, em função das necessidades concretas que me são transmitidas", disse César do Paço ao DN, acrescentando que, "em todas estas iniciativas, o único critério determinante é a urgência e a relevância do problema apresentado, não havendo qualquer consideração de ordem política, institucional ou pessoal que influencie a decisão".No fim-de-semana passado, após ter sido informado por Eduardo Teixeira, a quem manifestou publicamente o seu "firme e inequívoco apoio" enquanto candidato à Câmara de Viana do Castelo, de que uma das ambulâncias da corporação ficara inutilizável devido a um acidente rodoviário, ocorrido no mês de agosto, César do Paço fez a doação, "no exercício de uma cidadania ativa e responsável, em prol da salvaguarda do interesse público e da proteção de vidas humanas".A doação do empresário luso-americano foi comunicada pela candidatura de Eduardo Teixeira, que esteve ao seu lado no encontro com os responsáveis pelos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo, mas César do Paço mantém que o apoio "resulta de uma decisão inteiramente autónoma, de natureza exclusivamente filantrópica, e que não tem, nem nunca teve, qualquer ligação a iniciativas políticas, campanhas eleitorais ou candidaturas autárquicas".Apesar da relação de amizade e do apoio ao candidato autárquico do Chega, que procura conquistar a Câmara de Viana do Castelo ao socialista Luís Nobre, numa disputa em que a AD apresenta o independente Paulo de Morais, natural da cidade do Alto Minho e candidato presidencial em 2016, César do Paço diz que o seu gesto "se enquadra, exclusivamente, no exercício de uma cidadania ativa e responsável, em prol da salvaguarda do interesse público e da proteção de vidas humanas".Para o empresário nascido nos Açores, e que tem sido identificado como um dos principais financiadores do Chega, o que contribuiu para a batalha jurídica em que o Supremo Tribunal de Justiça obrigou a Fundação Wikimedia a retirar informações que constavam da página que lhe é dedicada na Wikipedia, a prova de que as suas doações "não estão, em caso algum, subordinadas a qualquer estratégia ou alinhamento partidário" está patente no seu historial de filantropia dirigida a corporações de bombeiros.César do Paço salienta que prestou apoio aos Bombeiros de Carnaxide e de Linda-a-Velha, a pedido do presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, que fez um donativo aos Bombeiros Voluntários de Alvaiázere, respondendo a um apelo da deputada social-democrata Teresa Morais, atual vice-presidente da Assembleia da República, e que colaborou com o socialista Fernando Medina, então presidente da Câmara de Lisboa, no apoio aos soldados da paz da capital. "Estes contributos foram concedidos a corporações distintas, muitas vezes em articulação com presidentes de câmara de diferentes quadrantes políticos e, inclusive, em determinados casos, até em períodos de campanha eleitoral", disse ao DN o CEO e fundador da empresa Summit Nutritionals International, que nos Estados Unidos tem feito doações a vários departamentos de polícia..César do Paço vai processar editores mesmo após Wikipédia apagar “informações falsas”