O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, voltou a apresentar a disputa autárquica em Lisboa, que o vai opor à ex-ministra socialista Alexandra Leitão, apoiada pelo Livre, Bloco de Esquerda e PAN, como “uma escolha entre a moderação assertiva que faz e o radicalismo do contra”.Na cerimónia de assinatura do acordo da coligação “Por Ti, Lisboa”, assinado pelo PSD, pelo CDS e pela Iniciativa Liberal, que ocorreu na Fábrica de Unicórnios de Lisboa, Carlos Moedas referiu-se à coligação liderada por Alexandra Leitão como “o Bloco da Esquerda que não quer unicórnios e quer pobreza”.Noutro ataque à sua principal rival nas eleições de 12 de outubro, embora João Ferreira (CDU) e Bruno Mascarenhas (Chega) estejam entre os restantes candidatos que se apresentam à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas realçou que, enquanto chegava a acordo com o atual secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, então ministro da Administração Interna, para haver mais polícias em Lisboa, “a atual candidata deste Bloco da Esquerda liderava manifestações contra os polícias”. No entanto, a participação da então líder parlamentar socialista num protesto contra a intervenção policial na Rua do Benformoso sucedeu quando a Aliança Democrática já estava no poder.Reservando o final da sua intervenção a temas de segurança, o candidato apoiado por PSD, CDS e Iniciativa Liberal disse que a cidade precisa de ter mais agentes da PSP e da Polícia Municipal nas ruas, de “guardas noturnos que conhecem os vizinhos” e soluções de policiamento comunitário.O acordo autárquico prevê que o PSD indique o cabeça de lista, segundo, terceiro, seis, nono e décimo lugares, enquanto a Iniciativa Liberal terá o quarto e o oitavo, cabendo o quinto e sétimo (último que a então coligação Novos Tempos obteve em 2021) ao CDS. Na Assembleia Municipal o cabeça de lista será do PSD (há quatro anos foi a centrista Isabel Galriça Neto), com IL a ter três e o CDS dois elementos até ao 12.° lugar. E nas juntas de freguesia o CDS terá seis cabeças de lista (incluindo os incumbentes em Arroios e no Parque das Nações) e a IL conta com três, de eleição muitíssimo improvável: Alcantara, Campolide e Olivais. Antes de Moedas falaram os representantes das três forças políticas que o apoiam, com o social-democrata “de sempre e para sempre” Carlos Moedas a reservar elogios ao “amigo de sempre que nunca me falhou” CDS e ao “sangue novo” trazido à coligação pela Iniciativa Liberal.O primeiro a falar foi o vice-presidente da Iniciativa Liberal, Mário Amorim Lopes, que citou o tio da personagem de banda desenhada Homem-Aranha, dizendo que “com grande poder vem grande responsabilidade”. E disse que a coligação poderá contar com a “exigência” do seu partido, defendendo que “tudo o que não for necessário são impostos a mais”, e que “o mérito tem de ser o critério e a exigência tem de ser a regra“ nas nomeações.O secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, falou na qualidade de vice-presidente do CDS, para defender um entendimento em que “Lisboa vem em primeiro lugar, a nossa consciência em segundo e os nossos partidos só depois”. Não poupou críticas a quem deixou a cidade com “imigração completamente desregulada, forças de segurança desmotivadas e professores na rua, em vez de ensinar”, e agora se apresenta enquanto o “PS da Geringonca, unido à extrema-esquerda radical”. “Quando eles se unem desta forma é bom que estejamos todos juntos”, disse, recordando que “nada está feito” e dizendo que “há que trabalhar para não haver retrecesso”.Por seu lado, o secretário-geral e líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, preferiu dirigir-se aos “muitos independentes” que se juntam à candidatura “Por Ti, Lisboa”. E destacar a faceta de “fazedor e executor de obra” de Moedas, desde o “maior investimento de sempre em Habitação” até à plantação de 50 mil árvores. “A única coisa que o Carlos fez menos foi cobrar impostos”, disse, acerca do cabeça de lista de uma coligação em que “não há radicais”, mas sim “gente de bom senso, que quer continuar a construir Lisboa”.Também presentes na cerimónia de assinatura, que juntou mais de uma centena de pessoas, estiveram outras figuras ligadas à coligação, como o líder parlamentar centrista Paulo Núncio, os deputados liberais Angelique da Teresa e Miguel Rangel, ou o social-democrata Luís Newton, até agora presidente da Junta de Freguesia da Estrela, e que anunciou nesta terça-feira que não irá candidatar-se a qualquer cargo autárquico ou partidário, após o que considera ter sido “uma condenação em praça pública”.