O Chega lidera as intenções de voto no Barómetro DN/Aximage de setembro, o que sucede pela primeira vez nestes estudos de opinião, ou em quaisquer outras sondagens dos principais institutos nacionais. Após a distribuição dos 4,9% que disseram estar indecisos, o partido de André Ventura tem o apoio de 26,8% dos inquiridos, ultrapassando a AD (25,9%), que venceu as legislativas de 18 de maio e governa o país, e o PS (23,6%), com os pilares do processo de tripartidarismo em curso num empate técnico, já que ficam dentro da margem de erro de 4,1%, decorrente das 570 entrevistas feitas entre 2 e 5 de setembro.. Para essa inédita liderança do Chega, quatro pontos percentuais acima do resultado legislativo - e com mais oito do que no barómetro de maio, antes das eleições -, contribuiu o nivelamento do apoio nas diferentes regiões nacionais, com o melhor resultado na Área Metropolitana de Lisboa (31,9%) e o pior na do Porto (19,5%), o que ganha relevância a um mês das eleições autárquicas, das quais Ventura quer retirar leitura nacional, com a candidatura de quase todos os deputados e a sua omnipresença nos cartazes eleitorais.O máximo histórico do Chega em sondagens também decorre de encurtar o fosso entre eleitorado masculino (29,3%) e feminino (24,2%), e de duplicar as intenções de voto entre quem tem acima de 50 anos e rendimentos mais elevados, ao mesmo tempo que reforça a liderança nos mais jovens e mais pobres. Na Classe D, os seus 36% superam a soma dos que optam pela AD (15,8%) e pelo PS (19,5%). Para a AD, que nesta edição do Barómetro DN/Aximage, com entrevistas realizadas entre 2 e 5 de setembro, recua quase seis pontos em relação às legislativas, restam algumas compensações. Desde já, a coligação formada pelo PSD e CDS lidera no voto feminino (27,6%), entre os mais ricos, da Classe A/B (28,8%), e nos que têm entre 50 e 64 anos (33%). E a existência de bastiões que resistem melhor a uma viragem ainda mais à direita: Área Metropolitana do Porto (33,1%) e Centro (32,1%).Já o PS, mesmo ligeiramente acima do resultado eleitoral que levou à demissão de Pedro Nuno Santos, tem pouco mais para celebrar do que a manutenção da liderança no Sul e Ilhas (34,5%) e da vantagem sobre a AD na Área Metropolitana de Lisboa (23,9%-22,2%), ainda que com uns e outros agora a larga distância do Chega. O resultado só não é pior para os socialistas graças aos eleitores mais velhos, contando com 37,4% dos inquiridos que têm 65 anos ou mais, contra 26,4% para a AD e 17,9% para o Chega.A uma enorme distância aparecem os restantes partidos, com o Livre (6,5%) a suplantar a Iniciativa Liberal (6,2%), agora liderada por Mariana Leitão, e os demais sem grandes perspetivas de recuperação na improvável eventualidade de uma nova ida a eleições para a Assembleia da República: CDU (3,1%), Bloco de Esquerda (2,4%) e PAN (1,7%). .Confiança em Montenegro.Tal como as intenções de voto na AD, a confiança em Luís Montenegro para ser primeiro-ministro também recua, com menos oito pontos percentuais do que na edição do Barómetro DN/Aximage de maio. Mas o líder social-democrata não deixa de ser o preferido, apontado por 28%, com a novidade de que, pela primeira vez, André Ventura aparece como hipótese de resposta, obtendo 24%. Só depois vem José Luís Carneiro, escolhido por 20% dos inquiridos, tantos quanto os que indicam não confiar em nenhum dos três líderes partidários para liderar o Governo. Em maio, ainda sem o presidente do Chega como uma das opções, Luís Montenegro recolhia 36% das respostas e Pedro Nuno Santos tinha 29%. .Barómetro DN/Aximage: Eleitores do PS dizem que Ventura lidera a oposição.Ficha técnica.Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda, para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e região (4), A amostra consiste em 570 entrevistas realizadas em CAWI; 273 homens e 297 mulheres, 131 entre os 18 e os 34 anos, 155 entre os 35 e os 49 anos, 155 entre os 50 e os 64 anos e 129 para os 65 e mais anos; Norte 205, Centro 123, Sul e Ilhas 92, Area Metropolitana de Lisboa 150.Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado, devidamente adaptado ao suporte utilizado, a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas. O trabalho de campo decorreu entre 2 e 5 de setembro de 2025. Taxa de resposta: 85,59%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 4,1%.Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.