É uma tendência que se verifica há vários meses e que se mantém em abril: 54% dos inquiridos (ou seja, a maioria) do barómetro DN/Aximage consideram que o Governo tem estado “mal” ou “muito mal” nos últimos 30 dias. A avaliação negativa verifica-se nos barómetros anteriores e, ainda que agora melhore ligeiramente em relação a março (em que atingiu os 55%), a taxa de rejeição continua longe dos valores de janeiro - onde já existia, mas em menor grau (47%).Realizado entre 4 e 8 de abril, este barómetro (publicado agora, a pouco mais de um mês das eleições) mostra ainda que a opinião negativa quanto à atuação do Governo é verificada tanto nas mulheres como nos homens que responderam ao estudo de opinião (54% em cada género). Em termos etários, é a faixa entre 35 e 49 anos que pior opinião tem sobre a atuação do Executivo, com 62% dos inquiridos destas idades a considerarem que o desempenho governativo tem sido “mau” ou “muito mau”. E, ainda que não seja em maioria, é a faixa etária mais baixa (entre 18 e 34 anos) que tem melhor opinião do Governo de Luís Montenegro (44%)..Barómetro DN/Aximage: PS vai à frente, mas maioria espera que AD vença eleições.Estendendo a análise às classes sociais, é a mais baixa (D) que pior opinião tem sobre o trabalho do Governo no último mês, com 60% dos participantes neste estudo a classificarem mal” ou “muito mal” a atuação. “ Esta é uma novidade face ao último barómetro, em que era a classe média (C1) a dar mais rejeição às políticas do elenco governativo (49%). Não obstante, a opinião negativa é transversal a todas as classes sociais em estudo.Procurando também fazer uma correlação com o sentido de voto nas eleições legislativas de há um ano, o barómetro DN/Aximage conclui que, sem grande surpresa, a esmagadora maioria dos eleitores da AD acham que o Governo tem estado “bem” ou “muito bem” (70%). Em sentido contrário, quem há um ano votou na CDU acha que o Executivo não tem tido desempenho positivo (90%). Nos eleitores de partidos que não apoiam o Governo de coligação entre PSD e CDS, são os votantes da IL quem melhor opinião tem sobre o desempenho do Governo (53%). Há um mês, o cenário era parecido: os eleitores da IL eram os que melhor opinião tinham do Governo para lá dos da AD (57%). A pior avaliação era feita, contudo, por quem votara no Livre (94%).No entanto, como ressalva a Aximage na nota metodológica do estudo, estes valores referentes a IL, CDU e Livre devem ser lidos “a mero título indicativo” devido ao valor “muito reduzido” das bases (tal como as de BE e PAN). Pedro Nuno Santos lidera oposição que não convenceEm estudo esteve, também, a opinião acerca do desempenho dos partidos da oposição. E, tal como há um mês, a avaliação é negativa. Mas, se os inquiridos avaliaram melhor o Governo do que em março, tal não se verifica neste parâmetro: 58% dos 601 inquiridos para este barómetro (mais ou menos 349 pessoas) dizem que a oposição esteve “mal” ou “muito mal” no último mês. Em março, esta perceção foi partilhada por 54% dos participantes no estudo.Esta opinião negativa é mais expressada pelos homens (60%) do que pelas mulheres (57%) que foram ouvidas para este barómetro. Isto representa, respetivamente, um aumento de um ponto percentual na opiniões dos homens e de sete pontos nas mulheres. Olhando para as idades, a pior opinião está na faixa dos 35 aos 49 anos, onde 70% dos inquiridos reprovam o comportamento da oposição ao Governo da Aliança Democrática. Em sentido oposto, são os mais velhos (acima dos 65 anos) que têm a opinião mais positiva sobre o que foi feito pela oposição ao longo do último mês..Fazendo a correlação com o sentido de voto nas legislativas de há um ano, um dado salta à vista: os eleitores da Iniciativa Liberal avaliam pior a oposição (88%) do que os eleitores da AD (78%). Já os do PS são quem melhor avalia a prestação dos partidos além-Governo, com 55% a considerarem que a oposição atuou “bem” ou “muito bem” ao longo do último mês. Este número mantém-se em relação ao último barómetro, com a opinião dos eleitores da IL a piorar: no mês passado a avaliação negativa estava nos 63% e era o eleitorado da AD quem pior classificava a oposição (75% em março, menos três pontos percentuais do que agora).Mas é na classe social C2 (média-baixa) que a oposição colhe mais opiniões positivas (39%). Em sentido contrário, a classe média (C1) é a que mais reprova a forma como os partidos se têm posicionado contra o Governo (63%). Estas opiniões mantêm-se praticamente inalteradas desde o início do ano - ainda que no barómetro de janeiro a classe social mais alta (A/B) fosse a que melhor avaliava a oposição (47%).Também cimentada com o barómetro DN/Aximage de abril parece ficar a ideia de que a oposição volta a ser liderada por um homem só: Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, com 42% a considerarem-no a principal figura no combate político ao Governo, tal como há um mês. André Ventura, líder do Chega, cai para os 32%, a cinco pontos percentuais do valor de há um mês e de janeiro (altura em que se aproximou de Pedro Nuno Santos, que estava nos 39%, liderando ambos a oposição nessa altura). Pela negativa, o destaque vai para Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, que passa a ser o último nesta avaliação, com 0,7% (1% após os arredondamentos) dos 601 inquiridos a verem nele a liderança da oposição. Evolução positiva teve Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (IL), que subiu dois pontos percentuais (para os 4%), estando a par de Mariana Mortágua, que também melhorou, mas em menor grau (apenas um ponto).Com isto, conclui-se existirem claramente dois rostos destacados no que diz respeito à liderança da oposição (Pedro Nuno Santos e André Ventura). Todos os restantes líderes partidários estão entre 4% e 1%, o que, tendo em conta a margem de erro de 3,8% pode significar que estes nomes tanto podem estar mais próximos entre si como mais afastados do que aparentam..Para 54% dos inquiridos, o Governo esteve “mal” ou “muito mal”. Mas, a praticamente um mês das eleições legislativas, a oposição também não convence e 15% não sabem ou não respondem sobre quem a lidera..Não obstante estes dados, há ainda a destacar que 15% dos inquiridos não sabem ou não identificaram nenhum líder da oposição.Fazendo a análise com os dados sociodemográficos, vê-se que são os mais velhos (na faixa etária acima dos 65 anos) quem mais olha para Pedro Nuno Santos como líder da oposição (56%). A popularidade do líder socialista é também elevada nos inquiridos entre os 50 e os 64 anos. A aprovação, aliás, é praticamente transversal a todas as idades: o único escalão etário em que Pedro Nuno Santos não tem avaliação melhor que André Ventura é entre os 35 e os 49 anos, em que tem 31% contra os 35% do líder do Chega.A vantagem do líder socialista verifica-se também nas classe sociais, onde 53% dos inquiridos da mais alta (A/B) acham que Pedro Nuno Santos é o líder da oposição. A única que reconhece Ventura como líder da oposição é a mais baixa (D)..Ficha Técnica Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política.Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSIl), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 667 entrevistas efetivas: 553 entrevistas CAWI e 114 entrevistas CATI; 328 homens e 339 mulheres; 150 entre os 18 e os 34 anos, 171 entre os 35 e os 49 anos, 152 entre os 50 e os 64 anos e 194 para os 65 e mais anos; Norte 225, Centro 139, Sul e Ilhas 73, Área Metropolitana de Lisboa 230.Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 4 e 8 de abril de 2025. Taxa de resposta: 80,85%.Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,8%.Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio. .Montenegro em queda continua a ser o preferido para primeiro-ministro.Rocha e Tavares são os únicos com nota positiva. Montenegro está em queda há três meses