André Moz Caldas foi eleito presidente da Assembleia Municipal de Lisboa na noite de terça-feira. O resultado foi surpreendente tendo em conta o equilíbrio de forças. A coligação Viver Lisboa, de PS, Livre, Bloco de Esquerda e PAN teria direito a 30 dos 75 votos e precisaria de um acordo para poder sonhar com a vitória. Houve negociações com o PSD, pelo que o DN pôde saber, nomeadamente para tentar alcançar uma lista mais plural. Tal não foi possível.As conversas foram tidas com a CDU durante a última semana e os deputados municipais da coligação, seis provenientes da votação para a Assembleia, e um pela vitória da freguesia de Carnide, entregaram os sete votos a Moz Caldas. "Não tendo sido possível alcançar uma mesa consensual que respeitasse estes princípios, defendemos na primeira sessão da AML que o processo de votação deveria ser uninominal. Não tendo sido aceite a proposta do PCP, entendemos que o nosso sentido de voto deveria ter em consideração elementos da atitude do PSD após as eleições que colocavam riscos acrescidos quanto a critérios desadequados na condução dos trabalhos e funcionamento geral da Assembleia Municipal a partir da Mesa", escreveu ao DN o grupo comunista da Assembleia Municipal de Lisboa. Sem o PCP a coligação Viver Lisboa não venceria a eleição. Depois de terem-se distanciado na corrida à Câmara, houve uma aproximação entre ambos após o sufrágio de dia 12 de outubro.Margarida Mano teve, então, 31 votos. Dos 32 possíveis dentro da coligação Por Ti, Lisboa. Sendo o voto anónimo, Iniciativa Liberal e CDS-PP garantiram que sempre estiveram com a candidata. O CDS-PP argumenta ser "evidente que esteve do lado da solução legitimada nas urnas", fazendo contas a "31 votos para Margarida Mano num universo de 32 deputados municipais eleitos pela coligação Por Ti, Lisboa. "Ora, isto torna claro foi o Chega quem deu a vitória à esquerda", aponta Francisco Camacho, reiterando: "Qualquer tentativa de insinuar o contrário é não só falsa, como injusta para com o trabalho sério e coerente que temos desenvolvido."Ao início desta quarta-feira, a Iniciativa Liberal, via comunicado, salientou que o grupo municipal "possui evidências da votação indesmentível da Lista A", lamentando o resultado e que o Chega "una esforços com o socialismo", alegando que o cenário facilmente se comprova pelo apuramento de 31 votos a favor de Margarida Mano." Tal como o CDS-PP, reconhece que houve um voto que não terá sido atribuído, mesmo entre a coligação de direita. "É, portanto, falsa e sem qualquer fundamento a notícia veiculada de que a eleição do candidato socialista àquele órgão teve o apoio de algum dos deputados municipais da IL, possuindo este grupo municipal evidências da votação indesmentível na Lista A", acrescentou o grupo. .Alexandra Leitão prevê que é "difícil” PS viabilizar orçamentos do novo executivo de Lisboa.Surpresa na Assembleia Municipal de Lisboa: socialista André Moz Caldas é o presidente após acordo com CDU e alguns votos da direita