A fasquia social-democrata é aproximar o partido dos resultados de 2011 (108 eleitos) superando o número de deputados eleitos em 2015 (89) e 2019 (79). "Temos a expectativa que subiremos mais de 20 deputados, nos cálculos mais realistas. Ou seja, pelo menos 99", assegura fonte da direção do PSD.."Vamos subir no Porto e Lisboa em número de deputados, significativamente. Dois, pelo menos, no Porto, e outros dois, pelo menos, em Lisboa", o que significa, no caso do Porto, passar de 15 para 17 deputados [a luta por 80% dos eleitos tem sido sempre entre PSD e PS] e em Lisboa passar de 12 para 14 - no círculo da capital quase 70% parlamentares são socialistas e social-democratas..A Norte, há dois círculos eleitorais onde, pelas contas do PSD, vai haver um aumento de deputados a seu favor: em Braga, a expectativa é eleger mais dois (passar para dez), desfazer o empate com o PS de 2019 e superar os resultados de 2015; em Aveiro, o projetado é chegar aos 8 deputados (mais dois) - em 2019, o PS elegeu sete e o PSD seis..A Sul, há "certezas" em Portalegre e Évora e "ainda dúvidas" sobre Beja. "Nós achamos que em dois deles vamos estar de certeza absoluta", falta perceber, a noite eleitoral o esclarecerá, se com um ou dois deputados..Em Évora, nas últimas legislativas foram eleitos dois deputados do PS e um do PCP. O PSD, nessa altura, ficou a mil votos de João Oliveira, líder parlamentar do PCP. Na prática, o objetivo, agora, é recuperar o deputado eleito em 2015. Nesse ano, os três lugares de Évora ficaram distribuídos entre socialistas, comunistas e a coligação PSD/CDS, que este ano só existe nos Açores e na Madeira..Portalegre é a segunda "certeza". Em 2019, o PS ficou com os dois lugares disponíveis. Em 2015, houve um empate entre deputados eleitos, mas também aqui o PSD estava em coligação com os centristas. Desta vez, a expectativa é a eleição de um deputado..Mais a Sul, em Beja, mora a "incerteza". O cenário atual que é igual ao de 2009 (dois deputados do PS e um do PCP) alterou-se em 2011 e 2015 com a eleição dos três deputados repartida entre PS, PCP e PSD. Para o regresso de um deputado, os sociais-democratas precisam de mais cinco a sete mil votos que os obtidos nas últimas legislativas..Fonte da direção do partido, que não acredita em descidas eleitorais no resto do país - "não temos nenhum círculo eleitoral onde tenhamos menos" -, explica que as contas são feitas através das "sondagens internas e do cruzamento, que é feito, com outras sondagens", nomeadamente as da comunicação social.."Temos mais possibilidades [de vitória] por uma questão simples: normalmente quando se está tão empatado, o movimento de mudança modifica, um pouco, a nosso favor o resultado eleitoral", sublinha..No PS, que obteve 108 deputados em 2019, a meta para domingo anunciada por António Costa é clara: "Para servir bem Portugal e servir bem os portugueses, nós não precisamos de uma vitória qualquer, nós precisamos de uma vitória com maioria absoluta.".E para contrariar todos os que criticam, como José Manuel Pureza do BE - "essas maiorias são um porto de abrigo da grande corrupção" -, a única maioria maioria socialista, a de José Sócrates, António Costa tem recordado o seu passado como presidente da câmara de Lisboa. "Que não haja papões, toda a gente me conhece. Toda a gente sabe que sou uma pessoa de consensos, de compromisso e de diálogo (...) Não foi pelo facto de ter maioria absoluta deixei de dialogar com todos"..DestaquedestaqueEm média, só 17,5% dos partidos candidatos em cada círculo consegue eleger deputados. Lisboa, é de todos, o círculo que mais partidos (45%) coloca no parlamento. Portalegre tem a mais baixa percentagem (6,25%)..Catarina Martins tem insistido na ideia de que um BE reforçado como terceira força política [foram 19 os eleitos em 2019] é "a derrota do racismo de André Ventura" e "a melhor lição que se pode dar ao Chega nestas eleições", mas também a certeza de que "vai ser preciso negociar orçamentos e um contrato para o país [com o PS] que responda aos problemas das pessoas"..João Cotrim Figueiredo, da IL, é mais claro nos objetivos: 4,5% dos votos que diz ser "francamente alcançável" e a obtenção de "cinco mandatos"..O fundador e candidato do Livre, Rui Tavares, também já estabeleceu o que será um bom resultado para o partido: conseguir formar um grupo parlamentar. A fasquia foi colocada na eleição de três deputados..O PCP, que nunca estabeleceu metas precisas, tem apelado a um "reforço da CDU" [que elegeu 12 deputados em 2019] como "a mais sólida garantia para que os próximos anos não sejam de retrocesso". O que, nas palavras de Jerónimo de Sousa, para além da oposição à direita, "é mostrar a inutilidade desse objetivo [a maioria absoluta que o PS pede]". Apelos de voto útil do PS e PSD? João Oliveira diz que é apenas "tralha ideológica" que só tem como propósito perverter o sentido das eleições..Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, tem repetido a ideia de que o seu partido vai ser "a grande surpresa" com a eleição de deputados por "Leiria, Santarém, Setúbal e Viana do Castelo"..Tradução: eleger os atuais "cinco pelos mesmos círculos" e somar a esses a "surpresa", o que a acontecer daria nove deputados. Estratégia? "Todos aqueles que queiram um governo de direita em Portugal (...) só têm uma opção, é concentrar os votos à direita do PSD no CDS"..André Ventura, por seu lado, já fez as contas. "Se o Chega tiver 5% ou 6%, ou 4%, terá mais dificuldade em dizer 'bom, ficou claro e evidente que os eleitores querem o Chega no Governo'. Se o Chega tiver (...) de 8% para cima, de 7% para cima, aí eu penso, até pelo histórico que temos de coligações em Portugal, que aí exige-se presença no Governo"..Em média, só 17,5% dos partidos candidatos em cada círculo eleitoral consegue eleger deputados. Lisboa é, de todos, o círculo que mais partidos coloca no parlamento: 45% conseguem entrar. Ao invés, Portalegre tem a mais baixa percentagem (6,25%) de captação de partidos. O cruzamento dos partidos eleitos, círculo a círculo, com as listas de candidaturas permite perceber que, para além de Lisboa, surge um grupo de cinco distritos que mais partidos acolhe: Porto, Santarém, Setúbal, Aveiro e Braga. Logo depois surgem Faro, Leiria e Coimbra..Este ano, Bragança é o círculo onde menos partidos se apresentam a votos (13); Lisboa (20), Porto (19), Setúbal (19) e Europa (19) são os que têm, nos boletins de voto, mais partidos inscritos. A grande maioria anda pelos 17 partidos. Évora, Viana do Castelo, Vila Real e Açores ficam ligeiramente abaixo com 15 partidos registados.