O presidente do PSD defendeu esta sexta-feira que "o país tem de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal", dizendo que não se pode banalizar este "falhanço nos cuidados de saúde"..No final de um encontro com o novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Montenegro afirmou que "Portugal vive talvez o pior período de que há memória" no setor da saúde.."Tenho já alertado e quero reafirmar, sem demagogias, sem irresponsabilidade, que o país precisa de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal, o que é que causa uma taxa de mortalidade que só encontra paralelo no período mais grave da pandemia que vivemos nos últimos anos", afirmou..Montenegro considerou que o Governo terá de explicar se este aumento da mortalidade "tem a ver com a capacidade do sistema de oferecer respostas aos utentes e com a debilidade do SNS, apesar do reforço de meios financeiros".."Precisamos de saber, não nos podemos conformar como se fosse uma fatalidade. Não podemos banalizar tantas mortes em Portugal, alguma coisa está a acontecer em termos de falhanço de cuidados de saúde para termos esta triste realidade", alertou..O presidente do PSD reiterou o compromisso de, se vencer as eleições legislativas de 10 de março, "no primeiro dia" do seu Governo "apresentar um programa de emergência para acabar com o que se está a passar nas urgências e nos tempos de espera para consultas e cirurgias"..Nesta ocasião, Montenegro não quis alongar-se sobre outras perguntas, nomeadamente sobre a ausência de Pedro Passos Coelho da convenção que a coligação Aliança Democrática (AD) realiza no próximo domingo, mas em que estará o antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do CDS-PP Paulo Portas.."Teremos muitas oportunidades de ter jornadas de interação com os portugueses, a de domingo é uma delas, teremos outras e apresentaremos os nossos protagonistas em cada uma das jornadas consoante sejam as nossas intenções", disse, considerando que "não é uma matéria que preocupa os portugueses, quem vai ou não" a esta iniciativa da AD..Ainda sobre saúde, o líder do PSD voltou a acusar o Governo de ter uma visão ideológica sobre este setor, contrapondo que, para um futuro executivo da AD, prestar um cuidado de saúde "não será sequer uma opção ideológica, é uma obrigação do Estado".."O Governo, que tem sido tão diligente nas últimas semanas em exercícios de campanha eleitoral e lançamento de primeiras, segundas e terceiras pedras quando já está em gestão, no que é mais essencial não está a responder", lamentou..No final da reunião com o novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, eleito em novembro e que sucedeu a Ana Rita Cavaco, Montenegro disse ter a noção da importância destes profissionais.."É nosso propósito que, de forma gradual, possamos melhorar o estatuto remuneratório dos enfermeiros e que o nível da progressão das carreiras possa corresponder às suas expectativas", disse..O novo bastonário deixou um repto ao líder do PSD para que possa haver "um acordo político para a saúde com os diversos partidos" e avisou que estará atento ao número de vezes que o programa eleitoral da AD conterá a palavra enfermeiros.