Marcelo aponta formação de novo Governo para daqui a um mês. Carlos César assume liderança interina do PS

As legislativas ditaram a reeleição de Luís Montenegro à frente do Governo e a demissão de Pedro Nuno como secretário-geral do PS, que terminou a noite com 58 deputados eleitos, os mesmos que o Chega
Marcelo aponta formação de novo Governo para daqui a um mês. Carlos César assume liderança interina do PS
Foto: Leonardo Negrão

Marcelo aponta formação de novo Governo para daqui a um mês

Marcelo Rebelo de Sousa apontou a formação do novo Governo para daqui a um mês, por altura dos feriados de junho.

Mas antes, afirmou à saída do Palácio de Belém, vai ouvir os partidos e, se necessário, por duas vezes os da AD, PS e Chega.

"Há um calendário [de audições] que começa amanhã de manhã pelo PSD, depois à tarde PS e Chega, e nos dias seguintes os restantes partidos. Há uma nova hipótese para ouvir os partidos mais determinantes para a formação do governo, os da coligação, PS e Chega. Nessa altura já teremos resultados da emigração e já teremos noção do que será o calendário seguinte: Primeiro a formação da Assembleia da República e depois o Governo. Da última vez passou cerca de um mês. Aqui a dúvida é o 10 de junho e uma série de feriados. Ficará para logo a seguir aos feriados”, antecipou o Presidente da República.

O chefe de Estado explicou que cada audição terá uma duração expectável de duas horas porque "a lição do passado foi de que era muito curto período de uma hora".

"No caso do PS haverá uma substituição de liderança. É importante que o PS tenha tempo para a substituição da liderança e posicionamento em relação ao governo. Para o Chega é importante o posicionamento, se como segundo ou terceiro partido mais votado", acrescentou, não se comprometendo a vetar ou permitir o Chega no Governo.

Marcelo disse também que não sabe ainda se será Pedro Nuno Santos a representar o PS na audição.

AD vence eleições e PS termina com o mesmo número de deputados do Chega. Pedro Nuno Santos demite-se

Bom dia,

Acompanhe aqui o dia seguinte às eleições legislativas de domingo, ganhas pela coligação AD, liderada por Luís Montenegro, que conseguiu eleger pelo menos mais nove deputados do que em 2024.

O PS terminou a noite com o terceiro pior resultado em legislativas ao igualar o número de deputados do Chega (58 mandatos), pelo que o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, apresentou a demissão.

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“Obrigado e até breve”. Derrota leva Pedro Nuno Santos a sair de cena

Comissão Nacional do PS no sábado para aprovar calendário eleitoral e analisar resultados

A Comissão Nacional do PS para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos da liderança, foi convocada para sábado, em Lisboa, também para analisar os resultados das legislativas.

De acordo com a convocatória, a que a Lusa teve acesso, o presidente do PS, Carlos César, refere que depois do anúncio desta noite de Pedro Nuno Santos, após a pesada derrota do PS, convoca os membros da Comissão Nacional para esta reunião, que decorrerá sábado de manhã, em Lisboa, em local ainda a designar.

Da ordem de trabalhos faz parte a “análise da situação política face aos resultados eleitorais” de domingo e a “aprovação de calendários e regulamentos eleitorais”.

O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição.

As eleições legislativas antecipadas de domingo, ganhas pela AD, tiveram um impacto profundo no PS e, no discurso no qual assumiu a derrota, Pedro Nuno Santos anunciou que pediu ao presidente do partido a convocação já para sábado da Comissão Nacional para que haja eleições internas, às quais não se vai recandidatar.

Segundo os resultados provisórios, e ainda sem os votos contados da emigração, o PS perdeu 20 deputados e tem, neste momento, 58 lugares no parlamento, com um resultado de 23,38%, ou seja, 1.394.491 votos.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.

Este é o terceiro pior resultado da história do PS em termos de percentagem, tendo a marca só sido pior apenas em 1985, com Almeida Santos, e em 1987, com Vítor Constâncio.

Lusa

Chegaram 12,2% dos votos dos emigrantes, que podem desempatar PS e Chega

Cerca de 12% dos votos dos emigrantes portugueses chegaram a Portugal até sexta-feira, estando prevista para 28 de maio a sua contagem, que poderá desempatar o PS e o Chega.

Segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, até à sexta-feira foram rececionadas em Portugal 192.600 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro.

Trata-se de 12,2% dos 1.578.890 eleitores inscritos para as eleições de domingo, um pouco menos do que os 12,95% registados nas eleições de 2024 no período homólogo.

A maior parte das cartas com os votos dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro e que já estão em Portugal foi enviada da Europa (85,73%), seguindo-se a América (11,56%), Ásia e Oceânia (2,08%) e África (0,63%).

As cartas começaram a ser enviadas a 12 de abril, para 192 destinos, tendo a última expedição acontecido a 21 de abril. Dos envelopes enviados, foram entretanto devolvidos 77.509.

Além do voto postal, estão inscritos para votar presencialmente 5.832 eleitores: 845 na Europa, 1.375 em África, 3.001 na América e 611 na Ásia e Oceânia.

As escolhas dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro vão continuar a chegar a Portugal e os votos serão contados a 28 de maio, no décimo dia posterior às eleições de domingo.

Os resultados, que poderão ser conhecidos nesse mesmo dia, irão resolver o empate entre o PS e o Chega, que disputam o segundo lugar das legislativas - ganhas pela Coligação AD (PSD-CDS) -, tendo cada um deles conseguido 58 mandatos.

Lusa

José Luís Carneiro deverá ser candidato à liderança do PS

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Após a derrota do PS nas eleições legislativas antecipadas, o antigo ministro socialista da Administração Interna, José Luís Carneiro, deverá ser candidato à liderança do partido, sucedendo a Pedro Nuno Santos.

A notícia foi avançada pelo Expresso na sequência da demissão de Pedro Nuno Santos, após o terceiro pior resultado do PS em legislativas, do cargo de secretário-geral do partido que terminou a noite de domingo com o mesmo número de deputados do Chega (58 mandatos).

De acordo com o semanário, o ex-ministro deverá anunciar a candidatura no sábado, na reunião da Comissão Nacional do PS.

Fonte próxima de José Luís Carneiro, que perdeu a disputa interna com Pedro Nuno Santos há quase um ano e meio, adiantou à Lusa que este “está a ser contactado por militantes do PS e pela sociedade civil”.

“É o momento de ouvir, ponderar e depois decidir. Está, como sempre esteve, disponível para servir o Partido Socialista e o País. Ele falará no momento oportuno”, acrescentou a mesma fonte, tendo a CNN entretanto anunciado que o antigo ministro dará uma entrevista esta noite.

DN/Lusa

Presidente da República ouve PSD, PS e Chega na terça-feira

Foto: Leonardo Negrão

O Presidente da República vai começar a ouvir na terça-feira os partidos políticos que obtiveram representação parlamentar nas legislativas antecipadas de domingo, com audições ao PSD, primeiro, seguindo-se o PS e o Chega.

"Na sequência das eleições para a Assembleia da República ontem [domingo] realizadas, o Presidente da República nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 187.º da Constituição, vai iniciar amanhã, terça-feira, as consultas aos partidos políticos, tendo em conta os resultados provisórios anunciados pelo Ministério da Administração Interna, e sem prejuízo dos círculos que ainda falta apurar", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

Segundo a mesma nota, o PSD será ouvido às 11:00 de terça-feira, o PS às 15:00 e o Chega às 17:00.

As audições dos restantes sete partidos que obtiveram representação parlamentar – IL, Livre, PCP, CDS-PP, BE, PAN e JPP – não foram ainda divulgadas.

Nos termos do no n.º 1 do artigo 187.º da Constituição, "o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais".

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Presidente da República recebe PSD, PS e Chega esta terça-feira

Os resultados oficiais das legislativas de domingo

A AD (PSD/CDS-PP) venceu as eleições legislativas antecipadas de domingo, com 32,10% dos votos e 86 deputados no continente e na Madeira, a que se somam mais 0,62% e três eleitos pela coligação PSD/CDS-PP/PPM nos Açores. Destes 89 eleitos, 87 são do PSD e dois do CDS-PP.

Quando falta contabilizar os votos dos círculos da emigração e atribuir os respetivos quatro mandatos, o PS é o segundo mais votado, com 23,38% dos votos, e elegeu 58 deputados, os mesmos que o Chega, que tem menor votação, 22,56%.

De acordo com os resultados provisórios divulgados pela Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, segue-se a IL, em quarto lugar, com 5,53% dos votos e nove deputados, e depois o Livre, com 4,2% e seis eleitos.

A CDU (PCP/PEV) obteve 3,03% dos votos e elegeu três deputados, todos do PCP. BE, com 2%, e PAN, com 1,36%, elegeram um deputado cada um, assim como o JPP, da Madeira, que teve 0,34% dos votos em termos nacionais.

Lusa

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Veja aqui os resultados eleitorais oficiais

Von der Leyen dá os parabéns a Montenegro pela vitória nas legislativas. "Excelente notícia para Portugal"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deu os parabéns ao presidente do PSD e líder da AD, Luís Montenegro, pela vitória de domingo, nas eleições legislativas antecipadas.

"Querido Luís Montenegro, parabéns pela vitória eleitoral! É uma excelente notícia para Portugal e para a Europa, que só pode beneficiar de continuidade e estabilidade", escreveu a líder do executivo comunitário numa mensagem publicada nas redes sociais.

Da mesma família europeia a que pertence Montenegro, o Partido Popular Europeu (PPE), Von der Leyen acrescentou que se conseguiu"alcançar muito trabalho benéfico" com o líder social-democrata. "Há muito mais pela frente", rematou.

"Vamos continuar a trabalhar em conjunto para o futuro da Península Ibérica". Sánchez felicita Montenegro

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, felicitou esta segunda-feira Luís Montenegro pela vitória da coligação AD nas eleições de domingo.

"Vamos continuar a trabalhar em conjunto para o futuro da Península Ibérica e para uma Europa mais unida e próspera", declarou o socialista, líder do governo espanhol.

Líder do Vox dá os parabéns a Ventura. "Forças patrióticas e conservadoras estão a crescer" na Europa

“As forças patrióticas e conservadoras estão a crescer em todas as nações europeias, apesar dos cordões sanitários e da hegemonia mediática dos partidos globalistas”, declarou Santiago Abascal, líder do partido espanhol de extrema-direita Vox, na mensagem de parabéns dirigida ao presidente do Chega pelo resultado eleitoral de domingo.

Abascal acrescentou, na rede social X, que Ventura “deu tudo de si, literalmente” para alcançar os 58 deputados eleitos - ainda sem contar com os votos dos círculos da emigração -, os mesmos que o PS.

Le Pen destaca "desempenho notável" do Chega

Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa, destacou o percurso do Chega até ao resultado alcançado nas eleições de domingo. "Alcançaram um desempenho notável com quase 23%", escreveu na mensagem de felicitações a Ventura, partilhada nas rede sociais.

"Os meus mais sinceros parabéns ao meu amigo André Ventura pela sua tenacidade, determinação e empenho, que nos permitiram construir um movimento patriota poderoso e popular", escreveu Le Pen, líder parlamentar do Reunião Nacional.

Novo Governo tem de manter rumo nos compromissos com Bruxelas

A Comissão Europeia avisou hoje que o novo Governo tem de “manter o rumo” na implementação do plano orçamental de médio prazo e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), devendo “trabalhar intensamente” para cumprir prazos.

“É importante manter o rumo, tanto em termos de implementação dos planos estruturais orçamentais de médio prazo e da trajetória orçamental estabelecida no plano, como também no que diz respeito à implementação do PRR”, disse o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, em entrevista à agência Lusa e outros meios em Bruxelas.

Após a Aliança Democrática (AD) ter novamente vencido as eleições legislativas em Portugal no domingo e no dia em que a Comissão Europeia apresentou as previsões económicas de primavera, o responsável avisou que, no que toca ao PRR, “todas as reformas e investimentos do plano têm de estar concluídos até agosto do próximo ano”, dado que o prazo para execução até final de 2026.

“Não dispomos de muito tempo e, por isso, é obviamente importante trabalhar agora de forma muito intensa para garantir que todos os marcos e objetivos são cumpridos e que os países, incluindo Portugal, beneficiam plenamente do PRR”, defendeu Valdis Dombrovskis.

Lusa

MPLA assinala "retrocesso para a democracia portuguesa"

O secretário para a Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias do MPLA, partido no poder, lamentou hoje a derrota do Partido Socialista (PS) e considerou os resultados das legislativas de domingo “um retrocesso para a democracia portuguesa”.

Mário Pinto de Andrade, que falava à imprensa, à margem da cerimónia de abertura do congresso constitutivo do PRA-JA Servir Angola, considerou as eleições portuguesas “competitivas e renhidas” e salientou que coube ao povo soberano português decidir.

“Os portugueses decidiram que não queriam um Governo de maioria absoluta. Decidiram por um Governo de maioria maior, é um novo termo que está no léxico político em Portugal", assinalou, afirmando que "é pena" a descida do PS, "partido fundador da democracia".

No ano do 50.º aniversário de celebração da democracia em Portugal “a direita é que ganhou, em detrimento de outras forças democráticas”, lamentou o político angolano, representante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no ato de abertura do congresso que elege hoje o primeiro presidente do PRA-JA Servir Angola.

“É um grande retrocesso para a democracia portuguesa, mas o povo é soberano, é o povo que decide”, realçou Mário Pinto de Andrade.

Por sua vez, o vice-presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, Simão Dembo, disse que as eleições portuguesas foram acompanhadas com particular interesse, constatando que se assistiu a “um crescimento exponencial do Chega” e, “praticamente, ao sucumbir do PS”.

“Os portugueses que fizeram a escolha escolheram o melhor para si. A AD vai continuar a governar o país e desejamos aos portugueses que tenham o melhor que querem para o seu país”, salientou.

Lusa

Montenegro agradece felicitações de Von der Leyen

Luís Montenegro agradeceu hoje, através de uma mensagem na rede social X, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pela mensagem de felicitações ao líder da AD pela vitória nas eleições legislativas.

"Obrigado, querida Ursula! Espero continuar a trabalhar em estreita colaboração convosco para tornar Portugal e a Europa mais fortes e corresponder às expectativas do povo português e de todos os cidadãos europeus", escreveu o primeiro-ministro.

Marques Mendes e o crescimento do Chega: "Governação tem que saber dar resposta" 

Marques Mendes, candidato anunciado às próximas eleições presidenciais, comentou o resultado das eleições legislativas de domingo e, sobre o novo crescimento do Chega, que igualou o PS em número de deputados como segunda força política nacional (à falta, ainda, dos resultados da emigração), referiu que a governação tem de saber dar resposta à insatisfação destes portugueses.

"Os milhares, mais de um milhão, de portugueses que votaram no Chega merecem o mesmo respeito que quaisquer outros portugueses, mas são portugueses que estão zangados e insatisfeitos com o estado da democracia. E a governação tem que saber dar respostas às legítimas preocupações destes portugueses."

Marques Mendes: resultados eleitorais reforçam necessidade de um Presidente "mediador"

Marques Mendes considera que os resultados das legislativas reforçam a necessidade de um futuro Presidente da República que atue como um mediador, conforme o antigo comentador propôs no seu anúncio de candidatura a Belém.

"O Governo melhorou, com os resultados de ontem, as condições de governação. Sem dúvida. Mas não houve uma maioria absoluta. O que significa que o papel do próximo Presidente da República é muito importante, para defender estabilidade e criar pontes de entendimento para se cumprir a lesgislatura", referiu.

"A proposta que fiz há dois meses está mais atual do que nunca. O próximo Presidente da República tem de ser um mediador, para tentar entendimentos em três áreas: evitar moções de censura, evitar moções de confiança e levar os partidos a negociarem os orçamentos", acrescentou Marques Mendes: " Julgo que é isso que os portugueses também desejam."

O candidato a Belém disse ainda que não tem conselhos para dar a Marcelo Rebelo de Sousa para estes próximos dias, mas reforçou a importância de um Chefe de Estado pacificador nos próximos tempos. "Não vou dar conselhos ao atual Presidente. É maior, é vacinado, com suficiente traquejo político. Agora vai ouvir os partidos e a seguir seguramente que indigitará Luís Montenegro para formar governo. Até aí tudo normal. A questão coloca-se mais tarde. Por exemplo, quando houver orçamento. E aí, ainda com este mas sobretudo com o próximo residenteR, vai ser necessário fazer pontes de entendimento, para evitar crises."

Comité Central do PCP reúne-se esta terça-feira para resultado das eleições

O Comité Central do PCP vai reunir-se amanhã para "analisar a situação política e social", bem como os resultados das eleições legislativas de domingo e ainda a "ação e iniciativa política do partido", depois de os comunistas ter visto a bancada parlamentar reduzir-se de quatro para três deputados.

PGR vai esperar mais alguns dias pelos documentos solicitados a Pedro Nuno Santos

Amadeu Guerra, procurador-geral da República, revelou que vai esperar "mais alguns dias" para que o ainda líder socialista Pedro Nuno Santos envie os documentos que lhe foram solicitados no âmbito da averiguação preventiva relativa à aquisição de um imóvel em Lisboa.

"As pessoas não são obrigadas a entregar os elementos que são solicitados. Mas nós admitimos que a falta de elementos pode ter a ver com a campanha eleitoral", disse citado pela Lusa, numa sessão solene em Faro, acrescentando que a questão será analisada "esta ou na próxima semana".

João Soares fala ao DN do desastre eleitoral do PS 

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Francisco Assis defende eleições internas só após autárquicas e diálogo entre PS e AD

O eurodeputado socialista Francisco Assis defendeu hoje que as eleições internas do partido devem ser apenas depois das autárquicas, que “são cruciais”, considerando que PS e AD têm que dialogar para garantir condições de estabilidade.

Em declarações a agência Lusa, na sequência da pesada derrota eleitoral do PS nas eleições de domingo, que culminou com a demissão de Pedro Nuno Santos do cargo de secretário-geral, Francisco Assis considerou “uma grande injustiça” aquilo que aconteceu ao líder, que “acaba por passar por uma situação que não merecia”.

“Entendo que essa disputa interna deve ser feita depois das eleições autárquicas”, defendeu, considerando que os candidatos do PS precisam de voltar à pré-campanha que foi interrompida com as legislativas.

Para o antigo candidato à liderança do PS, não faz sentido que o PS esteja “agora a promover um congresso e uma eventual disputa interna no partido quando o essencial é uma concentração das atenções e dos esforços no processo autárquico”.

“Até porque o PS, depois desta derrota, tem agora uma oportunidade clara de recuperar nas eleições autárquicas e isso é importante. Estas eleições que já eram importantes, neste momento são cruciais para o PS”, apontou, considerando que os socialistas têm “francas condições para ganhar estas eleições”.

A solução, para Assis, pode passar pela Comissão Nacional tomar uma deliberação e o presidente do partido, Carlos César, assumir “a condução dos destinos do partido até à eleição do novo secretário-geral do PS”.

Sobre as condições de governabilidade do país, o eurodeputado do PS defendeu que “não faria sentido nenhum que o PS não voltasse a dialogar abertamente com a AD”, considerando que há “responsabilidades partilhadas” pelo “estado de hostilidade permanente” que tem existido ao longo de largos anos.

“Deve haver um algum entendimento de fundo entre o PS e a AD que garanta condições de estabilidade política ao país porque nós não podemos andar em eleições todos os anos”, apelou.

Lusa

Carneiro, disponível para servir PS, pede reflexão profunda e novo ciclo

O antigo candidato à liderança socialista José Luís Carneiro assegurou hoje que estará disponível para servir o PS e Portugal, considerando que o partido deve fazer “uma reflexão profunda” e abrir um novo ciclo, contribuindo para a estabilidade política.

“Face aos resultados eleitorais e à decisão do secretário-geral do PS, entendo que os militantes socialistas devem promover uma reflexão profunda e abrir um novo ciclo que honre a história do Partido Socialista. Contando com todos e promovendo a inclusão, a coesão e a unidade do PS, na riqueza da sua diversidade”, pode ler-se numa nota enviada à agência Lusa por José Luís Carneiro.

O antigo ministro da Administração Interna, que há cerca de um ano e meio perdeu a disputa interna para Pedro Nuno Santos, termina esta nota com uma ideia de futuro: “como sempre, estarei disponível para servir o meu partido e para servir Portugal”.

“Importa ao país que o PS contribua para a estabilidade política e para o impulso reformista necessário. O PS não deixará de contribuir empenhadamente”, considerou, valorizando “o crescimento sustentável da economia, o trabalho digno, o combate à pobreza e às desigualdades” ou o reforço do SNS ou da escola pública.

Para José Luís Carneiro, “é preciso ser firme na defesa da pluralidade e da convivência pacífica entre todos, independentemente das suas convicções”.

“É preciso saber ouvir e dar voz às pessoas e às suas formas de representação, dentro e fora do quadro partidário. Pelo seu papel histórico na nossa Democracia, na defesa das Liberdades e dos Direitos Fundamentais, o Partido Socialista é e continuará a ser a garantia de um futuro onde a segurança, o bem-estar, a dignidade de todos e o prestígio das instituições continuarão a estar no centro das prioridades”, assegurou.

Uma palavra ainda para o trabalho que o PS deve fazer “para a valorização do papel de Portugal na União Europeia”.

“Além do serviço ao nosso país, num momento especialmente exigente na Europa e no Mundo, há que colocar as nossas forças no apoio aos que, em nome dos valores do PS, serão candidatos às próximas eleições autárquicas”, enfatizou.

S&P confiante na trajetória orçamental mas alerta para impactos da fragmentação política

A S&P Global Ratings disse hoje que a trajetória orçamental de Portugal continua “no bom caminho” após as eleições de domingo, mas alertou para os impactos da “persistente fragmentação política”.

Numa nota, hoje divulgada, a agência de ‘rating’ disse que “a trajetória orçamental de Portugal continua no bom caminho, apesar de o país manter muito provavelmente um Governo minoritário na sequência das eleições legislativas de 18 de maio”.

No entanto, alertou, “a persistente fragmentação política poderá atrasar a implementação de reformas”.

A agência de 'rating' lembrou que a Aliança Democrática (AD), de Luís Montenegro, “obteve uma maioria relativa, mas não absoluta, nas eleições legislativas”, realçando que ainda assim reforçou a liderança.

“Embora um Governo minoritário possa facilitar a formação de um gabinete, também realça a fragmentação política, uma vez que estas são as terceiras eleições gerais em Portugal em apenas três anos”, referiu.

Ainda assim, a S&P estima que Portugal “manterá um excedente orçamental em 2025 pelo terceiro ano consecutivo”, que deverá situar-se próximo do objetivo orçamental de orçamento de 2025 de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, lembrou, “as transições políticas anteriores desde 2015 não desencadearam grandes perturbações económicas ou derrapagens orçamentais”.

No entanto, salientou, poderão surgir riscos orçamentais no próximo ano, lembrando que os orçamentos continuam “a exigir a aprovação por maioria”.

A agência ressalvou que, caso não seja aprovado o Orçamento do Estado para 2026, o país pode continuar a funcionar com o de 2025, “assegurando uma diminuição da dívida pública em relação ao PIB”.

“Ao mesmo tempo, Portugal está a ser pressionado para aumentar as despesas com a defesa de 1,5% do PIB para o objetivo da NATO de 2,0%, embora os fundos da União Europeia sirvam para amortecer o impacto orçamental”, referiu.

Para a S&P, esta situação poderá abrandar a redução da dívida pública em percentagem do PIB em 2025-2028, mas “é pouco provável que inverta a tendência”, rematou.

Pedro Nuno sai sábado e Carlos César assume liderança interinamente

Pedro Nuno Santos deixará de ser secretário-geral do PS já no sábado, após a Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista, confirmou à Lusa fonte oficial partidária.

Esta informação foi inicialmente avançada pelo Público e confirmada à Lusa por fonte oficial do PS.

A Comissão Nacional do PS para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos da liderança, foi convocada para sábado, em Lisboa, também para analisar os resultados das legislativas.

De acordo com a convocatória, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente do PS, Carlos César, refere que depois do anúncio desta noite de Pedro Nuno Santos, após a pesada derrota do PS, convoca os membros da Comissão Nacional para esta reunião, que decorrerá sábado de manhã, em Lisboa, em local ainda a designar.

Da ordem de trabalhos faz parte a “análise da situação política face aos resultados eleitorais” de domingo e a “aprovação de calendários e regulamentos eleitorais”.

Santos Silva pede “cabeça fria” ao PS e direção legitimada o mais depressa possível

O antigo presidente do parlamento Augusto Santos Silva defendeu hoje que o PS deve ter “cabeça fria” e uma “direção plenamente legitimada o mais depressa possível”, considerando que o partido deve inviabilizar qualquer tentativa de derrubar um governo da AD.

“Eu vi os resultados com bastante surpresa e muita preocupação, não tanto pelo facto de a AD ter ficado à frente, mas pelo facto de a AD ter 33%, o PS 23 % e os outros 23 %. Acho que é um resultado muito preocupante não só para o PS como também para a própria AD e para os democratas portugueses”, disse, em declarações à agência Lusa, Santos Silva no rescaldo da pesada derrota do PS nas legislativas de domingo.

Preocupado com a “diminuição muito expressiva da votação no conjunto dos partidos da esquerda”, o antigo presidente do parlamento defendeu que o PS “deve ter cabeça fria”.

“Vamos ver o que é que acontece nos próximos dias. Eu creio que o Partido Socialista precisa de uma direção plenamente legitimada o mais depressa possível e uma direção que tenha uma marca de colegialidade grande”, apontou.

Segundo Santos Silva, “lideranças pessoais demasiado fortes não são a solução adequada para o PS agora”.

“Evidentemente que o secretário-geral ou a secretária-geral é por definição um líder ou uma líder mas é um líder ou uma líder que deve saber rodear-se de uma equipa que consiga aglutinar o PS na sua pluralidade”, sustentou.

Quanto aos cenários de governabilidade, o socialista disse não ter qualquer dúvida de que “o PS deve inviabilizar qualquer moção de rejeição que seja apresentada contra o próximo governo, se o governo for da AD”.

“O doutor Luís Montenegro deve ser a personalidade indigitada pelo Presidente da República e, se decidir formar um governo da AD, tem toda a legitimidade para o fazer e o PS deve inviabilizar qualquer tentativa de derrubar esse governo, como aliás fez ao longo do último ano”, apontou.

Presidente angolano felicita Montenegro por vitória nas eleições

O Presidente angolano, João Lourenço, felicitou segunda-feira Luís Montenegro pela vitória do seu partido nas eleições legislativas realizadas em Portugal no domingo, considerando que vai permitir novas perspetivas sobre a cooperação bilateral.

Na sua mensagem de felicitações partilhada na conta de Facebook da presidência angolana, João Lourenço destacou a importância da continuidade de Luís Montenegro à frente do governo português para o fortalecimento das relações bilaterais, que permitirá "no quadro do estreitamento dos laços de amizade que unem Angola e Portugal, delinear novas perspetivas sobre a cooperação bilateral."

O Presidente angolano concluiu a mensagem augurando a Montenegro “muitos êxitos” no desempenho das suas funções.

Diário de Notícias
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