A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou esta quinta-feira que o voto nos bloquistas "vai derrubar os muros" que o PS decidiu erguer nesta campanha contra a esquerda, considerando que não é com parangonas que se responde à emergência climática..Num comício em Portimão, distrito de Faro - onde o Bloco de Esquerda luta estas eleições para manter um deputado, desta vez com o eurodeputado José Gusmão como cabeça de lista - Catarina Martins focou-se no tema que decidiu escolher para este dia de campanha, que tinha começado com uma viagem de comboio: as alterações climáticas..O comício tinha começado com música de Vicente Palma, filho de Jorge Palma, que cantou um tema do pai, uma espécie de mote depois das eleições legislativas de 30 de janeiro: "enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar...".."Bem sei que o PS decidiu fazer uma campanha a erguer muros contra a esquerda, mas depois da campanha vêm os votos e o voto no BE vai derrubar os muros e vai abrir as portas e sim, os compromissos serão para valer", comprometeu-se..De acordo com a líder do BE, "cada voto no Bloco de Esquerda vai desbloquear as soluções para o clima, como para o salário, para a pensão e para o trabalho, para a saúde e para a educação, para a habitação e para uma economia muito mais justa".."É o voto que decide, é o voto aqui no Algarve que decide, é o voto no Bloco de Esquerda, a esquerda que elege, o voto fora do bloco central que elege que vai fazer a diferença no dia seguinte", afirmou..A resposta à emergência climática, segundo Catarina Martins, "não é com paragonas nem é fazendo os mais pobres pagar por uma transição energética que nunca será feita se for baseada em atacar quem é mais pobre e quem trabalha".."A resposta à emergência climática far-se-á com transportes coletivos e passes gratuitos, com produção fotovoltaica descentralizada, financiando as habitações para que possam ser mais eficientes do ponto de vista energético", elencou..Para a líder bloquista, são precisas "medidas concretas para já porque a emergência climática é agora".."Nesta questão há fronteiras claras entre fazer ou deixar tudo na mesma e já vimos um pouco de tudo nesta campanha", referiu..Assim, nesta campanha já surgiu "uma direita que nega sequer que exista uma emergência climática" e até "ambientalistas dizer que podem fazer governo com a direita que nega que exista emergência climática", numa crítica ao PAN ainda que sem nomear o partido.."Vemos muitos que dizem que farão alguma coisa se os 'lobbies' tiverem de acordo que é uma boa maneira de dizer que nunca farão nada. Para o Bloco de Esquerda a emergência climática é um assunto sério que exige um compromisso claro e é também por isso que cá estamos", garantiu.