Gouveia e Melo ao DN sobre anúncio da candidatura: "Só intervirei no espaço político após o ciclo eleitoral"
"Decidi anunciar agora porque tenho de enviar os convites para dia 29, data em que farei o anúncio formal, e o conjunto alargado de pessoas que sabiam tornava impossível manter em segredo", justifica ao DN o almirante Gouveia e Melo sobre o anúncio da sua candidatura à Presidência da República ter sido feito nesta quarta-feira, depois de, em abril passado ter dito, em entrevista ao podcast Soberania do DN, que só o iria fazer depois das eleições legislativas do próximo domingo.
Questionado pelo DN sobre esta nova decisão, Gouveia e Melo reconhece ter declarado que "não queria interferir", mas garante: "só começarei a intervir no espaço político alargado a partir da data da formalização da candidatura, após este ciclo eleitoral".
"Não farei mais declarações até ao fim das eleições", promete.
"A minha decisão é avançar com a candidatura à Presidência da República... Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio." Foi desta forma que Henrique Gouveia e Melo desfez as dúvidas e confirmou esta quarta-feira que será candidato a Belém, numa declaração à Renascença.
Em abril, em entrevista ao Diário de Notícias, o almirante referia que já tinha tomado uma decisão, mas deixava o anúncio para depois das legislativas.
"Se já tomei uma decisão, o que vos posso dizer é que já. Mas só assumirei após as legislativas, porque agora é tempo para os portugueses serem informados das diferentes propostas para a futura governação do país. E eu não quero interferir nisso", dizia então.
Relembre aqui a entrevista:
Hoje, à Renascença, Gouveia e Melo explicou que tem "a expectativa de que os portugueses a escolham bem qual é a governação e o tipo de governação que querem para o futuro" e garante que tenta "não influenciar, em eleições que têm a ver com os partidos políticos".
Gouveia e Melo acredita que "pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo, com uma visão estratégica, e para as reformas estruturais que há muitos anos estão por fazer na sociedade portuguesa".
"Muito diferente" de Marcelo
Na entrevista à Renascença, Gouveia e Melo disse não querer "comentar as posições do atual Presidente da República", mas avisou que será muito diferente de Marcelo Rebelo de Sousa se conseguir chegar a Belém. "Somos pessoas muito diferentes e, caso os portugueses considerem que eu tenho condições para ser Presidente da República, a minha forma de atuar será muito diferente do atual Presidente."