O secretário-geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, considerou esta quarta-feira (29 de outubro), que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, "não tem condições, nem autoridade" para continuar no cargo e "alguém" lhe devia "dizer" isso.Na declaração que fez na sede nacional do PS, no Largo do Rato, o líder socialista começou por recordar que existem "mais de 1 milhão de portugueses sem médico de família" e outros tantos "à espera da primeira consulta". "Foi com estupefação e incredulidade que ouvimos que tinha havido instruções do ministério da Saúde para haver cortes numa área tão vital na vida das pessoas", disse José Luís Carneiro em reação à notícia do Público, que refere que a Direção-Executiva do SNS instruiu os hospitais a cortar na despesa para 2026, mesmo que isso implique uma redução no número de cirurgias ou consultas. "O caos já estava instalado nas urgências e no verão já tínhamos lembrado ser inconcebível as grávidas andarem de terra em terra antes de dar à luz. Quase que se entrou numa nova normalidade", disse José Luís Carneiro, que recordou que os socialistas apresentaram uma proposta à qual o Governo não deu nenhuma "resposta".Perante isto, José Luís Carneiro expressou a sua "incompreensão" com a notícia desta manhã e apontou baterias a Luís Montenegro, que considerou ser "o primeiro responsável" pela situação no setor e pelas políticas seguidas pela ministra Ana Paula Martins.Carneiro acusa Montenegro de se tentar esconder de aliança com o Chega na nacionalidadeNa mesma declaração que fez no Largo do Rato, José Luís Carneiro acusou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de se ter tentado “esconder da aliança” feita com o Chega na nova lei da nacionalidade.Sobre a lei da nacionalidade e as declarações feitas por Luís Montenegro ao país, Carneiro viu “uma tentativa do primeiro-ministro se esconder da aliança que fez com o Chega em relação ao tema da nacionalidade”.O primeiro-ministro defendeu na terça-feira que existem “todas as condições” para que a lei da nacionalidade seja promulgada, desvalorizou que o voto decisivo tenha sido do Chega e acusou o PS de ter votado contra “sem razão aparente”.Já em relação ao OE2026, o líder do PS defendeu que o voto contra até podia ter “dado jeito” ao Governo para responsabilizar o PS “pela sua incompetência” e insistiu na ideia defendida na segunda-feira de que o primeiro-ministro tem 2026 “para mostrar o que vale”. “Um voto contra até lhe poderia dar jeito para responsabilizar o PS pela sua incompetência e pela sua irresponsabilidade, mas o PS não lhe deu essa satisfação”, respondeu, justificando a abstenção dos socialistas no OE2026.Com Lusa.Revista de imprensa. Hospitais obrigados a cortar na despesa.Marcelo considera situação na saúde "muito difícil" e diz que os caminhos estão "cada vez mais apertados"