A mensagem de Montenegro comentada pelos candidatos a Belém -- ainda que Seguro diga que não se deve fazer
FOTO: GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

A mensagem de Montenegro comentada pelos candidatos a Belém -- ainda que Seguro diga que não se deve fazer

Candidatos presidenciais comentam o discurso de Natal do primeiro-ministro, no qual apelou ao portugueses que troquem a “mentalidade do deixar andar” pela superação à imagem de Cristiano Ronaldo.
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Os candidatos presidenciais foram desafiados esta sexta-feira, 26 de dezembro, a comentar a mensagem de Natal do primeiro-ministro Luís Montenegro, no qual defendeu que Portugal vive um momento de viragem em que tem de trocar a “mentalidade do deixar andar” pela da superação, apontando o futebolista Cristiano Ronaldo como exemplo do espírito de afirmação pela excelência.

Ventura: Uma mensagem "pouco empática" e "pouco feliz"

André Ventura criticou duramente a mensagem de Natal de Luís Montenegro, classificando-a como "pouco empática" e "pouco feliz" por omitir a crise no sector da saúde. O líder do Chega considerou "absolutamente lamentável" que o primeiro-ministro tenha ignorado o encerramento de urgências e os tempos de espera -- que ultrapassam as 13 horas nesta sexta-feira --, afirmando mesmo que "o primeiro-ministro consegue fazer uma mensagem de Natal sem falar na saúde", o que constitui, para o líder do Chega, uma "falha muito grave" que ainda deveria ser corrigida.

Apesar de concordar com a adoção de uma "mentalidade de Cristiano Ronaldo", tal como disse Luís Montenegro, Ventura lamentou que essa postura não tenha resolvido problemas que "persistem na saúde há dois, três, quatro, cinco, dez, 15 anos", notando que os dados continuam a piorar após dois anos de Governo.

Relativamente à estabilidade política, o deputado assegurou que "o país não pode andar de eleição em eleição de seis em seis meses", embora sublinhe que a manutenção da legislatura "não depende de um partido, depende da conjuntura".

Gouveia e Melo: "Uma boa mensagem, mas..."

Na Madeira, onde se encontra em campanha eleitoral, Henrique Gouveia e Melo considerou ter sido "uma boa mensagem" de Natal do primeiro-ministro, pois considera que "todos devem ter uma mente positiva" e um "olhar para o futuro de forma positiva”.

O almirante deixou ainda assim um alerta ao Governo para o caso de ser eleito Presidente da República, pois garante que irá "fazer uma pressão constante para uma boa governação" e, nesse sentido, "não estará para fazer favores a ninguém”.

Seguro: Um candidato a Belém "não comenta o discurso de Natal do primeiro-ministro"

Já o candidato apoiado pelo PS. António José Seguro, optou pela reserva institucional ao reagir à mensagem de Luís Montenegro, defendendo que um candidato à Presidência "não comenta aquilo que são intervenções do primeiro-ministro e o discurso de Natal do primeiro-ministro, até para evitar erros passados". Apesar desta postura, o candidato também não poupou críticas ao estado da sector, classificando como uma "situação inaceitável" o cenário actual "das urgências fechadas e dos portugueses que precisam de saúde e de cuidados a tempo e horas não os terem e terem passado horas e horas nas urgências".

Projetando as suas intenções para Belém, o antigo líder socialista expressou o desejo de que, no Natal de 2026, "tenhamos uma saúde a tempo e horas para todos os portugueses". E garantiu que, se for eleito, a saúde será a sua causa principal no primeiro ano de mandato, focando-se em "convencer os partidos a darem o seu melhor, a sentarem-se à volta de uma mesa e a encontrarem soluções duradouras" para garantir o acesso dos cidadãos aos cuidados médicos necessários.

Cotrim: "Os governantes têm a obrigação de ser corajosos"

Por sua vez, João Cotrim Figueiredo considerou oportuna a mensagem de Natal do primeiro-ministro mas advertiu que a capacidade reformista deve ser independente dos momentos eleitorais.

"É importante que os políticos tenham a coragem que o primeiro-ministro pediu que houvesse agora, mas sempre, não é só quando há um horizonte sem eleições à vista. Mesmo quando há o risco de perder adesão eleitoral, os governantes têm a obrigação de ser corajosos e fazer as reformas que o país precisa, mesmo quando isso pode ser mal compreendido pela população pelo imediato", vincou.

O candidato presidencial, que falava à margem de uma ação de campanha em Bragança, considerou que as mensagens de Luís Montenegro "são importantes" e oportunas mas, frisou, "é sempre necessário ir melhorando e progredindo independentemente do que isso possa representar em termos eleitorais".

"Acho que o papel do primeiro-ministro também é inspirar as pessoas, também é mobilizar", afirmou, considerando, contudo que o a visão "reformista" para o país deve existir independentemente de eleições.

António Filipe: Portugueses "não precisam de discursos de tipo motivacional"

António Filipe referiu que os portugueses “não precisam de discursos de tipo motivacional” mas sim de uma valorização geral dos salários que ajude a “mitigar uma inaceitável desigualdade na distribuição do rendimento”.

Para António Filipe, que visitou o parque operacional da Câmara Municipal de Sesimbra, no distrito de Setúbal, para um contacto com os trabalhadores da recolha de resíduos, a questão não se centra na mentalidade dos portugueses, mas sim na necessidade de serem valorizados através de políticas públicas.

“Acho que não é uma questão de mentalidade, porque acho que a mentalidade o povo português tem, e não precisa destes discursos de tipo motivacional, não precisa, precisava de ser valorizado, ou seja, era preciso que houvesse, de facto, políticas públicas no sentido, desde logo, da valorização significativa do salário mínimo, mas que se traduza num aumento geral dos salários, não apenas haver mais trabalhadores a ganhar o salário mínimo”, frisou.

Gouveia e Melo: "Uma boa mensagem, mas..."

Na Madeira, onde se encontra em campanha eleitoral, Henrique Gouveia e Melo considerou ter sido "uma boa mensagem" de Natal do primeiro-ministro, pois considera que "todos devem ter uma mente positiva" e um "olhar para o futuro de forma positiva”.

O almirante deixou ainda assim um alerta ao Governo para o caso de ser eleito Presidente da República, pois garante que irá "fazer uma pressão constante para uma boa governação" e, nesse sentido, "não estará para fazer favores a ninguém”.

João Cotrim Figueiredo: "Os governantes têm a obrigação de ser corajosos"

Por sua vez, João Cotrim Figueiredo considerou oportuna a mensagem de Natal do primeiro-ministro mas advertiu que a capacidade reformista deve ser independente dos momentos eleitorais.

"É importante que os políticos tenham a coragem que o primeiro-ministro pediu que houvesse agora, mas sempre, não é só quando há um horizonte sem eleições à vista. Mesmo quando há o risco de perder adesão eleitoral, os governantes têm a obrigação de ser corajosos e fazer as reformas que o país precisa, mesmo quando isso pode ser mal compreendido pela população pelo imediato", vincou.

O candidato presidencial, que falava à margem de uma ação de campanha em Bragança, considerou que as mensagens de Luís Montenegro "são importantes" e oportunas mas, frisou, "é sempre necessário ir melhorando e progredindo independentemente do que isso possa representar em termos eleitorais".

"Acho que o papel do primeiro-ministro também é inspirar as pessoas, também é mobilizar", afirmou, considerando, contudo que o a visão "reformista" para o país deve existir independentemente de eleições.

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