Tribunal suspende julgamento das mortes no curso de Comandos

Dezanove instrutores do Regimento de Comandos são acusados da morte de dois recrutas em setembro de 2016.
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O julgamento dos militares do Exército acusados da morte de dois recrutas dos Comandos foi suspenso esta quinta-feira.

A suspensão teve por base o pedido do Ministério Público (MP) de transferir para os tribunais administrativos a decisão relativa às indemnizações civis exigidas ao Estado.

A decisão sobre a data de reinício do julgamento deverá ser tomada na próxima semana.

Com a presença no tribunal de muitos antigos comandos envergando roupa com inscrições retiradas da acusação contra os instrutores, os juízes concederam 48 horas aos advogados do processo para se pronunciarem sobre o pedido do MP.

A família de Dylan da Silva pede uma indemnização de 400 mil euros ao Estado, enquanto a de Hugo Abreu reclama 300 mil euros.

Esta foi a primeira sessão do julgamento de 19 militares - todos instrutores do Regimento de Comandos - acusados da alegada prática de 539 crimes durante o 127º curso dessa unidade de forças especiais do Exército.

As temperaturas da ordem dos 40º que se fizeram sentir no primeiro dia do curso, quanto teve lugar a chamada Prova Zero (envolvendo privação de água), vários dos instruendos começaram a sentir-se mal e acabariam por morrer, oficialmente devido a um "golpe de calor".

Para o MP, que só acusou os instrutores - oito oficiais, oito sargentos e três praças - oriundos dos Comandos, eles atuaram com "manifesto desprezo pelas consequências gravosas que provocaram" nos instruendos, pelo que "colocaram em risco a vida e a saúde dos ofendidos [...] logo no primeiro dia de formação".

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