O relatório da comissão parlamentar de inquérito ao furto de material de guerra em Tancos foi aprovado esta quarta-feira com os votos favoráveis dos deputados do PS, PCP e BE e os votos contra dos sociais-democratas e centristas..As conclusões excluem qualquer responsabilização direta do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e do primeiro-ministro, António Costa, apenas admitindo que "não ficou provado" que tenha havido interferência política na ação do Exército ou na atividade da Polícia Judiciária Militar..O relator do PS fez uma alteração, para a versão final, na qual admite que Azeredo Lopes "secundarizou" o conhecimento que teve de "alguns elementos" do memorando da PJM sobre a recuperação do material furtado..Nas recomendações, o relatório sugere que "deve ser ponderada a nomeação, como diretor da PJM, de cidadão civil ou militar, com reconhecida formação e experiência na área da investigação criminal", mantendo-se a "nomeação livre do primeiro-ministro e do ministro da Defesa Nacional e por um período de cinco anos só renováveis uma vez"..A comissão parlamentar de inquérito sobre as consequências e responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos está a trabalhar desde novembro de 2018, estando agendada a votação do relatório para o dia 3 de julho, no plenário da Assembleia da República, último ato do inquérito ao caso que fez cair o chefe do Estado-Maior do Exército Rovisco Duarte e o ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes..O furto de material de guerra foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017. Quatro meses depois, a PJM revelou o aparecimento do material furtado, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, em colaboração com elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé..Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições..O processo de recuperação do material militar levou a uma investigação judicial em que foram detidos vários responsáveis, entre eles o agora ex-diretor da PJM Luís Vieira.