Tancos. Rio acusa Costa de não saber "o que há de dizer"

O presidente do PSD acusou hoje o PS de não saber "o que há de dizer" sobre Tancos. E pediu ironicamente a Costa uma lista dos assuntos sobre os quais poderá falar na campanha.
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"O que todos nós notamos em Portugal é que o Partido Socialista, relativamente à questão de Tancos, não sabe o que há de dizer", afirmou o presidente do PSD em declarações aos jornalistas em Mirandela, quando foi questionado sobre a manchete do Expresso, segundo a qual o PS considera existir uma conspiração contra partido por parte do Ministério Público.

Falando antes de entrar para um almoço com agricultores, em Mirandela, distrito de Bragança, Rui Rio refere que não vê relação entre os dois factos.

"Eu não vejo nenhuma relação que possa existir entre ter desaparecido material de guerra em Tancos e haver quem, no Ministério Público, possa não gostar do Partido Socialista, do PSD ou de outro partido qualquer, não vejo relação nenhuma", salientou.

Assim, o líder social-democrata disse não perceber como é possível dizer "que alguém no Ministério Público não gosta de alguém".

Questionado sobre o porquê de o PS reagir a esta forma ao processo, Rio insistiu que só pode "admitir que assim seja porque não sabe o que há de dizer, não tem coisa muito racional e muito lógica para dizer".

Já sobre o "convite" de António Costa para que regresse à campanha, Rio respondeu de forma irónica.

"Se calhar vou ter de pedir ao dr. António Costa, que diz para eu tirar Tancos da agenda do dia e da campanha, se calhar então vou ter de pedir ao dr. António Costa que me mande a lista dos temas que ele quer que eu tire campanha e que eu ponha na campanha", afirmou, prometendo analisar o documento.

Falando também sobre uma eventual nova comissão de inquérito a este assunto, o líder do PSD não se comprometeu.

Notando que é preciso primeiro a Comissão Permanente da Assembleia da República "reunir e analisar a situação", o presidente do PSD ressalvou que não gosta de "entrar em histerias".

Passos é do "foro completamente interno"

Questionado pelos jornalistas sobre o convite que terá dirigido ao anterior líder do PSD, Pedro Passos Coelho, para participar na campanha e que, segundo o Expresso, foi recusado, Rio escusou-se a o que diz ser um assunto "do foro completamente interno".

Na mesma linha, o líder do PSD recusou falar sobre o jantar pós-legislativas que está a ser organizado pelo seu adversário interno de janeiro, Luís Montenegro, que também irá participar hoje, em Pombal, na campanha social-democrata, mas não ao lado de Rio.

"Seria pouco racional, pouco inteligente, numa altura em que estamos a uma semana das eleições andar a comentar questões internas específicas", justificou.

A manhã de campanha do líder do PSD começou em Bragança, com uma arruada animada, que acabou com Rui Rio a subir a um monumento emblemático da cidade para agradecer a todos os que acompanharam a iniciativa num sábado de manhã.

"Vim aqui ao pelourinho, mas não é para ser dependurado. Vim aqui apenas para que não tenham dúvidas de que estive em Bragança, num sítio emblemático do Norte", afirmou.

Apesar de sublinhar que, nas suas funções, tem de responder às preocupações de todos o país, o líder do PSD não esqueceu as suas origens.

"Não renego as minhas origens, o Norte estará sempre presente em todos os meus atos a partir de 6 de outubro porque estamos certos que vamos ganhar as próximas eleições."

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