Militar do exército chamado a prestar declarações sobre roubo de Tancos
Um militar no ativo foi chamado a prestar declarações perante a autoridade judiciária que acompanha o processo do furto de armas em Tancos
Segundo uma porta-voz do Exército, aquele ramo das forças armadas recebeu esta segunda-feira um "mandado de comparência" para um militar no ativo "se apresentar junto de autoridade judiciária para ser inquirido" no inquérito que investiga as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, disse a major Elisabete Cruz à agência Lusa
A Polícia Judiciária deteve hoje oito pessoas e realizou dezenas de buscas na zona Centro e Sul do país no âmbito do caso Tancos, por suspeitas de crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico armas.
Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.
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Fonte da PJ disse à agência Lusa que os oito detidos são todos civis e que serão presentes na terça-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.
Na operação com o nome "Operação Húbris II" participaram três magistrados do Ministério Público e 85 investigadores e o inquérito corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
Entre os detidos está o ex-diretor da PJM e um civil (que já foi militar), principal suspeito da prática do furto, encontrando-se ambos em prisão preventiva, num caso que levou à demissão de Azeredo Lopes do cargo de ministro da Defesa e cujas implicações políticas levaram à criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ainda não começou com as audições.
Em setembro, após a investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada "Operação Húbris", que levou às detenções, foi anunciada pelo CDS a comissão de inquérito, aprovada apenas com a abstenção do PCP e do PEV.
A comissão de inquérito ao furto de material de militar de Tancos vai reunir-se duas vezes por semana e começa as audições às 63 personalidades em janeiro.