Rui Rio e Ventura ironizam com o "fascismo" nos Açores
Os líderes do PSD e do Chega escolheram o Twitter e a arma da ironia para responder às acusações da esquerda sobre o acordo que os dois partidos fizeram nos Açores.
Rui Rio não se tem cansado de desmentir o PS quando os socialistas dizem que o acordo PSD/Chega nos Açores também tem uma componente nacional mas hoje adotou uma nova arma, a da ironia.
Num tweet publicado na sua página esta quarta-feira pelas 12h00, o líder social-democrata perguntou: "Sobre o avanço do fascismo nos Açores, que temos hoje? Alguma novidade especial?"
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Três horas depois, o líder do Chega partilhou uma notícia dando conta do tweet de Rio e acrescentou a sua própria ironia, condimentada com emojis a rirem-se: "Não se brinca com coisas sérias... O fascismo está mesmo aí à porta! Já chegou aos Açores."
A existência de uma dimensão nacional no acordo PSD/Chega para os Açores tem sido sempre desmentida por Rio - mas afirmada por Ventura e pelo seu partido.
Nos Açores, o Chega comprometeu-se a viabilizar um governo liderado pelo PSD e a chumbar o que fosse eventualmente constituído pelo PS.
E esse foi um factor decisivo para o Representante da República no arquipélago, embaixador Pedro Catarino, indigitar diretamente para formar Governo o líder do segundo maior partido regional (José Manuel Bolieiro, do PSD), evitando fazê-lo em relação ao mais votado (Vasco Cordeiro, do PS), por saber que este estava condenado à partida. Vai portanto formar-se uma geringonça de direita.
O PS venceu as legislativas regionais de 25 de outubro passado mas perdeu a maioria absoluta (passou de 29 deputados para 25, num total de 57). O PSD cresceu de 19 para 21 e a direita ficou em maioria porque aos deputados sociais-democratas somam-se os do CDS (3), do Chega (2), do PPM (outros dois) e da Iniciativa Liberal (1).
O Bloco de Esquerda elegeu 2 deputados e o PAN um - ou seja, a esquerda ficou ao todo com 28 deputados, um a menos do que a maioria absoluta.