Rio admite que Costa pode ter sabido da encenação de Tancos
"Não é muito normal que [o ministro da Defesa] não transmita a informação ao primeiro-ministro." Isto, é claro, "a ser verdade" a notícia, veiculada esta quinta-feira pelo CM e pelo Público, segundo a qual o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes terá sido informado pelo seu ex-chefe de gabinete, general Martins Pereira, de que a descoberta das armas roubadas em Tancos fora encenada entre a PJ Militar e o assaltante.
Rui Rio admitiu assim, esta quinta-feira, a possibilidade de o caso subir agora do suposto envolvimento do ministro da Defesa para o próprio chefe do Governo. Contudo, colocou ressalvas pelo meio, não admitindo para já como incontornavelmente verdadeiras as supostas declarações feitas pelo general perante o inquérito criminal, na terça-feira.
Seja como for, o líder do PSD tem já uma certeza: o partido não chamará o primeiro-ministro para depor na comissão parlamentar de inquérito a Tancos (o CDS já anunciou que o convocará, sendo que o chefe do Governo em a prerrogativa de responder por escrito).
Questionado pelos jornalistas sobre essa possibilidade, Rui Rio foi categórico na resposta: "Não! Não vou atrás de foguetes. O primeiro-ministro responde na sede própria" e essa "sede própria" é o plenário da Assembleia da República. "O primeiro-ministro tem de dar explicações? Sim! Mas em plenário e até há os debates quinzenais para perguntar isso", disse. Acrescentando: "Nunca vi um primeiro-ministro numa comissão de inquérito e não quero ver."