Nos 121 concelhos confinados - lista, consultável AQUI, que o primeiro-ministro "teme" que aumente - as pessoas só poderão circular durante a manhã nos fins de semana de 14/15 deste mês e de 21/22. Nesses quatro dias o recolher obrigatório será imposto das 13h às 5h00..Os concelhos abrangidos representam, segundo números já divulgados, cerca de 70% da população, ou seja, 7,1 milhões de pessoas..Mas nos outros dias da semana, durante os próximos quinze dias, também haverá recolher obrigatório, noturno (das 23h às 5h00 da manhã) - medida que, mais uma vez, será aplicada nos 121 concelhos confinados (nos outros, não)..As medidas foram anunciadas pelo primeiro-ministro na conferência de imprensa no Palácio da Ajuda onde explicou as conclusões do Conselho de Ministros (cujo comunicado pode ler AQUI) que regulamentou o decreto do estado de emergência aprovado sexta-feira no Parlamento..Twittertwitter1325224779805302784.Segundo explicou, esta não será, no entanto, uma medida que implique moldura penal para quem não cumprir. Esses serão devolvidos pelas autoridades à sua residência..Por outro lado, "não estão admitidas exceções". Nos concelhos abrangidos, e durante os dois fins de semana em causa, os restaurantes poderão servir take away, mas só até às 13h00..O Conselho de Ministros regulamentou as quatro novas medidas essenciais previstas no decreto presidencial do estado de emergência..Além do recolhimento obrigatório também foi determinado:.1. Utilização, se necessário, pelo Estado, de meios de saúde dos setores privado, social e cooperativo, com a "devida compensação" e "preferencialmente por acordo"..2. Possibilidade de mobilização de "quaisquer colaboradores de entidades públicas, privadas, do setor social ou cooperativo", mesmo não sendo profissionais de saúde, para "apoiar as autoridades e serviços de saúde, nomeadamente na realização de inquéritos epidemiológicos, no rastreio de contactos e no seguimento de pessoas em vigilância ativa"..3. Possibilidade de medição de temperatura corporal, por meios não invasivos, e de imposição de testes para acesso ao local de trabalho, serviços ou instituições públicas, estabelecimentos educativos e espaços comerciais, culturais ou desportivos, bem como a meios de transporte.."Prevemos a possibilidade de poder ser exigida a realização de testes rápidos para acesso a estabelecimentos de saúde, lares, estabelecimentos de ensino, na entrada e saída do território nacional, seja por via aérea e por via marítima, nos estabelecimentos prisionais e ainda em outros locais que venham a ser definidos pela Direção-Geral da Saúde como podendo ser objeto da realização dos testes rápidos", elencou o chefe de Governo.."Já procedemos à aquisição de 100 mil unidades [de testes rápidos], temos encomendas 400 mil e estamos a participar numa 'call' [encomenda] conjunta da União Europeia para a aquisição destes de diagnóstico e têm vindo a ser disponibilizados crescentemente", acrescentou.."O controlo da temperatura, já tem vindo a ser praticado e de forma relativamente pacífica, nos locais de trabalho, estabelecimentos de ensino, meios de transporte, espaços comerciais", mas agora será "regulamentado no estado de emergência para que não haja dúvidas jurídicas sobre a possibilidade da imposição deste mecanismo de controlo", adiantou ainda o chefe do Executivo..O comunicado do Conselho de Ministros diz que "pode ser impedido o acesso ao local controlado sempre que exista recusa da medição de temperatura corporal, ou a pessoa apresente um resultado superior à normal temperatura corporal"..Outra medida é a requisição dos militares e de funcionários públicos sem atividade para, em casa, assistirem o SNS no "reforço da capacidade de rastreio". O primeiro-ministro disse que já estão identificados 915 funcionários sem atividade e 128 professores sem atividade letiva..Neste capítulo, o primeiro-ministro falou na "possibilidade da mobilização de recursos humanos para apoiar todos os profissionais de saúde, em particular profissionais de saúde pública e profissionais de saúde dos cuidados de saúde primários, nas ações de rastreio e também nas ações de acompanhamento e vigilância de pessoas em confinamento obrigatório"..Quanto à requisição pelo Estado de meios privados de saúde, feita por "preferencialmente por acordo", "já temos só para doentes covid 116 camas contratadas na ARS do Norte, com o Hospital Fernando Pessoa, com o Hospital da Trofa, com a CUF Porto e ainda com a União das Misericórdias Portuguesas"..Segundo o primeiro-ministro, as medidas de recolhimento obrigatório reforçado durante os dois próximos fins de semana foram decretadas para impedir sobretudo reuniões familiares..Costa apresentou na conferência de imprensa dados que dizem que o contexto familiar e de coabitação é responsável por cerca de dois terços dos contágios pelo novo coronavírus..Já as escolas - que o PM voltou a dizer que não quer ver encerradas - representarão apenas 3% dos contágios. O contexto laboral é responsável por 12% dos casos, seguindo-se os lares, com 8% dos casos de contágio. A percentagem mais reduzida identificada diz respeito aos serviços de saúde, com 1% dos casos..O chefe do Governo voltou a fazer insistentes apelos à responsabilidade individual, quanto mais não seja para proteger o SNS e os seus profissionais - "não temos o direito de estar cansados".."Esta é a fase em que temos de fazer este esforço. É agora e não mais tarde, como disse o Presidente da República, é neste esforço de novembro que vamos ganhar dezembro e a expectativa de tenros o Natal o mais normal possível", insistiu..Ou seja: "Estamos a falar dos próximos dois fins de semana, se todos cumprirmos estritamente estas medidas nós seguramente conseguimos achatar esta curva, controlar a pandemia."