Mais de 37 mil pediram voto antecipado. Prazo termina hoje
Quando falta apenas um dia para terminar o prazo de inscrição para o voto antecipado, 37.440 portugueses já pediram para exercer o direito de voto antes de 6 de outubro, tendo sido validadas 37 058 inscrições. Números que praticamente duplicam as inscrições registadas nas últimas eleições europeias, quando 19 562 cidadãos recorreram à figura do voto antecipado em mobilidade.
Os números, avançados na manhã desta quinta-feira pela TSF, são da secretaria-geral da Administração Interna e reportam-se às 23:59 de 24 de setembro - o que significa que falta ainda contabilizar os pedidos que entraram na quarta-feira e os que vão entrar durante o dia de hoje.
Lisboa é, de longe, o distrito onde mais pessoas se inscreveram - até ao final do dia de terça-feira foram registadas 14 461 inscrições válidas. Segue-se o Porto, com 6224, e Coimbra, com 2044. As inscrições estão abertas até às 23.59 desta quinta-feira e podem ainda ser feitas através da plataforma eletrónica da secretaria-geral da Administração Interna.
A votação antecipada das legislativas está marcada para o próximo domingo, 29 de setembro. À semelhança do que já aconteceu nas eleições para o Parlamento Europeu, o voto antecipado em mobilidade pode ser pedido sem necessidade de qualquer justificação - que, anteriormente, era obrigatória.Nas europeias de maio, este novo sistema acabou por provocar longas filas, com alguns eleitores a aguardarem 40 minutos para votar, o que levou então o Ministério da Administração Interna a prometer mais mesas para o voto antecipado nas legislativas.
Mas o processo está a suscitar preocupação. Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, escreveu no início do mês à secretaria-geral da Administração Interna, criticando a falta de mudanças que evitem a repetição das queixas nas eleições europeias e sublinhando as dificuldades que o processo levanta às autarquias.
"Senhor secretário-geral, o que estamos a falar - e para que se perceba - é que, conhecido o número de leitores que deseje votar antecipadamente no Porto (o que pode variar entre 0 e 10 milhões) apenas numa sexta-feira anterior ao ato, a Câmara do Porto calcule e monte em 48 horas um processo de constituição de mesas de voto que podem chegar a requerer, segundo os números previstos pela própria secretaria-geral, centenas de delegados que, devendo ser nomeados pelos partidos políticos, não estão legalmente garantidos".
"A mesma lei que desobriga os partidos da colaboração", prossegue a autarquia portuense, "obriga o presidente da câmara a resolver o problema em 24 horas e a um sábado através de um suposto sorteio entre os seus municípios para colmatar a eventual deserção das forças políticas do processo". "Como se processa tal sorteio, como se notificam os referidos delegados a um sábado e como se obrigam a participar no processo eleitoral que desconhecem? A lei não esclarece", conclui o município.
No próximo domingo cada capital distrito do país, e cada uma das ilhas das regiões autónomas, terá aberto um local de voto.
Na semana passada, o Governo, através da secretária de Estado Isabel Oneto, anunciou que as mesas de voto vão funcionar em locais maiores - a Reitoria da Universidade de Lisboa, e o pavilhão do Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal do Porto.
Para evitar a formação de filas, cada mesa terá 500 eleitores em vez dos habituais 1500.
Quem estiver inscrito no voto antecipado em mobilidade e não votar nesse domingo, poderá fazê-lo no dia das eleições, a 6 de outubro.