Legislativas da Madeira. PSD-M ganha sem maioria absoluta
Se as eleições regionais na Madeira fossem hoje o PSD venceria, seguido do PS. Separados agora por 2,4 pontos percentuais, naquela que é a maior vantagem dos social-democratas nos estudos de opinião encomendados pelo Diário de Notícias da Madeira e pela TSF-Madeira à Eurosondagem este ano, estes continuam a ser os únicos partidos que estão em condições de vencer o sufrágio marcado para domingo. Confirma-se assim a "tendência para a bipolarização", como destaca o responsável técnico da Eurosondagem, Rui Oliveira e Costa.
Para além da luta acesa entre PSD e PS, o estudo também deixa claro que a governabilidade da Região é uma incógnita. Tanto social-democratas como socialistas não atingem a maioria absoluta, o que obrigará a negociações e a coligações, mas a níveis nunca antes ponderados. Isto porque na melhor das hipóteses PSD e CDS elegem 23 deputados, insuficientes para serem absolutos, o mesmo acontecendo com o PS, BE e CDU que conseguiriam 22 mandatos, o que também não chega para garantir uma solução para a Região. Neste contexto abrem-se alguns cenários.
Sendo pouco provável a união de toda a oposição contra o PSD, a solução à esquerda e à direita pode passar pelos partidos atualmente sem assento parlamentar. Nesta sondagem sem precedentes - já que conta com 1.525 entrevistas validadas - existe a possibilidade do Aliança, do Iniciativa Liberal e do PAN elegerem cada qual pelo menos um deputado, mesmo que alguma(s) destas forças corram também o risco de ficarem em branco.
Se é certo que o PTP sai de cena, com a entrada das novas propostas o parlamento madeirense fica com uma diversidade nunca vista, com 9 forças políticas, mais de metade das 17 que disputam as eleições no próximo domingo.
A Eurosondagem esclarece que das 17 candidaturas que disputam as eleições, apenas estão especificadas no estudo as que agora têm assento parlamentar. Contudo, na previsão da distribuição de mandatos, por atingirem valores ligeiramente acima do 1%, o limite mínimo que permite tratamento estatístico, a Aliança, a Iniciativa Liberal e o PAN surgem com hipótese de eleição de mandatos.
A sondagem mostra que há cinco subidas face ao estudo de Julho: PSD, PS, CDS, CDU e PTP.
Em baixa está o BE que perde a vantagem anterior e desce 2,9 pontos percentuais, para valores de Janeiro, seguido do JPP, com menos 1,8 pontos), enquanto o segmento "outro partido/branco/nulo" baixa 1,5 pontos percentuais.
Regista-se ainda a diminuição do número de indecisos. Há agora menos 3 pontos na alínea "Não sabe/não responde".
O PSD ganhou as eleições de Março de 2015 com maioria absoluta, com 44,35% dos votos que garantiram 24 deputados. O CDS obteve 13,71% e 7 mandatos e a "Mudança" rendeu menos do que a soma das partes (PS-PTP-PAN-MPT), garantindo apenas 11,43% e 6 deputados.
Os madeirenses garantiam ainda deputados ao JPP que alcançou 10,28% e 5 mandatos; ao PCP-PEV que com 5,54%, obteve 2 mandatos, tantos quantos o BE que se ficou pelos 3,80% do eleitorado; e um ao PND, partido entretanto extinto. Há quatro anos votaram apenas 49,67% dos eleitores inscritos.
No comparativo com as projecções apontadas na sondagem que hoje revelamos, o PS continua a surgir em alta neste espaço temporal pois ganha uma margem próxima dos 22 pontos e à sua conta pode conquistar mais 11 a 12 lugares no parlamento. A crescer 0,2 pontos surge também o BE que assim mantém o número de mandatos.
A CDU segura os dois deputados mesmo descendo 1 ponto.
O PSD perde 8 pontos percentuais e 5 mandatos, o CDS arrisca perder 3 deputados devido à quebra de 5,7 pontos e o JPP tem queda acentuada de quatro mandatos e quase 8 pontos percentuais.
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Ficha Técnica
Este estudo de opinião foi efectuado pela Eurosondagem, S.A., de 15 a 17 de Setembro de 2019, para o DIÁRIO de Notícias da Madeira e TSF-Madeira.
Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados.
O Universo é a população com 18 anos ou mais, residente na Região Autónoma da Madeira, e habitando em lares com telefone da rede fixa.
Foram efetuadas 1.796 tentativas de entrevistas e, destas 271 (15,1%) não aceitaram colaborar no Estudo de Opinião. Foram validadas 1.525 entrevistas.
A amostra foi estratificada por Concelho do Funchal (42,3%) e Outros Concelhos (57,6%) e a escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, (Feminino - 51,5%; Masculino - 48,5%), e no que concerne à faixa etária, (dos 18 aos 30 anos - 18,6%; dos 31 aos 59 - 48,3% com 60 anos ou mais - 33,1%).
O erro máximo da Amostra é de 2,50%, para um grau de probabilidade de 95,0%.
Um exemplar deste Estudo de Opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Lisboa, 18 de Setembro de 2019
O Responsável Técnico da Eurosondagem,
Rui Oliveira Costa