Jerónimo de Sousa: "Ninguém está acima da lei"

Líder do PCP comentou a acusação ao ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes. Diz que a decisão cabe aos tribunais e recusa que a questão possa influenciar a campanha eleitoral.

Jerónimo de Sousa afirmou esta quinta-feira que "ninguém está acima da lei", referindo-se às notícias que dão conta que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes vai ser acusado no processo judicial sobre a recuperação das armas roubadas em Tancos.

O secretário-geral do PCP, que falava à margem de uma visita ao centro de saúde da Amora, no Seixal, desvalorizou o impacto do caso nas eleições legislativas de 6 de outubro e defendeu que a abertura de uma nova comissão de inquérito parlamentar sobre o assunto carece de melhor avaliação.

"Ninguém está acima da lei. Tendo em conta a acusação, que haja de facto esse julgamento e a decisão. A decisão é dos tribunais, fazendo com que a justiça funcione", sublinhou o líder comunista.

Para o líder do PCP, "feita a acusação, agora há um processo de julgamento que vai determinar, que vai decidir".

"Não conheço o parecer, mas em termos de lógica, se há alguém que era arguido e passou a acusado, naturalmente tem de haver esse julgamento e a consequente sentença. Antes disso, e então neste quadro eleitoral, acho que não nos devíamos precipitar", continuou.

O chefe do maior partido da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas e "Os Verdes", considerou que os factos agora conhecidos e a acusação formal sobre o antigo responsável da Defesa não vão ter influência na campanha eleitoral ou no sentido de voto dos cidadãos.

"Da minha parte, creio que não. Não estou a ver consequências em relação a esse acontecimento. Nem estou a ver que seja uma questão central nesta fase de campanha em que só falta praticamente uma semana", afirmou.

Questionado sobre se o parlamento, na próxima legislatura, deveria abrir um novo inquérito à polémica do roubo do material de guerra dos paióis de Tancos, em 2017, e sua posterior devolução, Jerónimo de Sousa disse tratar-se de uma questão a ponderar futuramente.

"É uma questão que temos que avaliar, em termos de processo, de desfecho, de funcionamento da Assembleia [da República], muitas coisas entretanto surgirão. Uma comissão de inquérito não deve ser tomada de ânimo leve. Teremos de ver as condições e o envolvimento e disponibilidade de outros grupos parlamentares", concluiu.

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