24 novembro 2018 às 17h00

Costa acusa CDS e PSD de serem "campeões do despesismo"

Com as propostas na mesa do Orçamento, serão mais 2,85% a pesar no défice, afirmou primeiro-ministro. Que pediu que o Parlamento não desvirtue a proposta do Governo

Miguel Marujo

O primeiro-ministro, António Costa, acusou o CDS e o PSD de serem os campeões do despesismo nas propostas de alteração que fizeram ao Orçamento do Estado para 2019, que na próxima semana será votado na especialidade no Parlamento. Com as propostas na mesa, serão mais 2,85% a pesar no défice, apontou. Por isso, pediu, que "este bom orçamento" não seja "desvirtuado" tornando-se num "mau orçamento", uma "tragédia orçamental" (ele que na véspera tinha falado em "catástrofe").

Falando na abertura formal das jornadas parlamentares do PS (que se iniciaram na sexta-feira com visitas aos 16 concelhos da região do Algarve), na Praia da Rocha, em Portimão, o também secretário-geral socialista fez questão de dizer que as "contas certas", que diz que são as do seu Governo, são fundamentais para "tornar irreversível todas as conquistas" que se conseguiram "ao longo desta legislatura". Para logo deixar um recado à navegação, agora que se entra na semana decisiva de votações do Orçamento: "Era o que faltava que este ano, lá por ser ano de eleições, deitássemos a perder tudo o que tanto trabalho nos deu a conquistar", atirou, colhendo o aplauso dos deputados do PS.

Deitar tudo a perder significa, para Costa, entrar em despesas e, argumentou, "o mais curioso disto tudo é, se formos atentar à distribuição partidária destas propostas", para ver "quem são os campeões do despesismo orçamental". Pensa que é o Bloco de Esquerda", questionou, para logo responder "não é", como não é o PCP, nem o PEV, defendeu. "O campeão do despesismo orçamental é nem mais nem menos o CDS", com o PPD/PSD a levar "a medalha de prata". "É caso para dizer: quem tudo cortou a todos, durante quatro anos, quer agora neste ano eleitoral prometer tudo a todos, como se tal fosse possível."

Aos jornalistas, a assessoria de imprensa do grupo parlamentar socialista fez chegar uma tabela onde se detalham os "despesismos" apontados por Costa. E lá estão os tais campeões: o CDS tem propostas de 2628 milhões de euros a que se somam 1858 milhões do PSD. O PCP avança com propostas de 1698 milhões de euros; o BE de 1308 milhões; e o PEV de 273 milhões.

São estes números que levaram António Costa a falar num impacto estimado de 5,7 mil milhões de euros (3,8 mil milhões de euros na área fiscal), na sexta-feira, número que repetiu aos deputados do PS. E a estes trouxe outro dado: este total significaria "agravar o défice em 2,85%", o que atiraria Portugal para um "procedimento por défice excessivo", em "clara violação das regras europeias".