Céus de Portugal recebem exercícios militares

Maior exercício anual da Força Aérea envolve centenas de militares e aviões portugueses e estrangeiros durante duas semanas.
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A base aérea de Monte Real (Leiria) funciona desde domingo e ao longo da semana como escola dos caças F-16, com três dezenas de alunos oriundos de Marrocos e de vários países do leste europeu.

Fonte oficial explicou esta segunda-feira ao DN que a iniciativa conjunta com os EUA visa aumentar a cooperação e a interoperabilidade entre os países envolvidos e que já operam - ou vão adquirir - caças F-16: além de Marrocos, a Polónia, Bulgária, Croácia, Eslováquia e Roménia.

Este evento antecede a realização do Real Thaw 2019, um exercício conjunto - com os outros ramos das Forças Armadas - e combinado (com outros países) que vai mobilizar 500 a 600 participantes entre os dias 22 de setembro e 04 de outubro, precisou a Força Aérea.

O exercício, centrado na base aérea de Beja, vai contar com a presença de aviões-radar da NATO e de países aliados como os EUA, França, Espanha, Dinamarca e Holanda - assim como forças especiais e de operações especiais ou controladores aéreos táticos, entre outros especialistas.

Testar e validar o grau de prontidão e preparação dos meios da Força Aérea, as competências dos seus efetivos e a sua interoperabilidade com as outras forças nacionais e aliadas é o objetivo central deste grande exercício anual.

Formação nos F-16

O encontro dedicado aos F-16 em Monte Real serve como local de treino e troca de experiências sobre a atividade operacional daqueles caças de defesa aérea, cabendo aos portugueses dar a maioria das aulas relacionadas com a manutenção e sustentação dos aparelhos, o apoio logístico ou o planeamento de voo.

Entre os países do leste europeu, só a Polónia e a Roménia já iniciaram a substituição das suas frotas de MIG soviéticos por caças F-16 - tendo as aeronaves romenas sido vendidas por Portugal.

Quanto à Bulgária, Croácia e Eslováquia, onde a modernização das respetivas Forças Aéreas tem envolvido uma competição comercial entre os F-16 dos EUA e os Gripen da Suécia (já em serviço na Hungria e República Checa), os três países já anunciaram a opção pelos norte-americanos.

Note-se que Portugal é visto pelos EUA como um parceiro na sua relação com os países do leste europeu em matéria de operação e manutenção dos caças F-16, face ao grau de profissionalismo e de especialização demonstrados pelos portugueses.

Exemplo disso foi o processo de modernização e venda de 12 caças F-16 portugueses à Roménia, a que agora se juntam mais cinco - dois dos quais comprados por Lisboa a Washington antes de seguirem para Bucareste.

Note-se que um país que opere caças F-16 só os pode vender a países terceiros após autorização prévia dos EUA, o que pode não abranger alguns dos equipamentos existentes a bordo. Este último direito de veto norte-americano, por exemplo, bloqueou este ano o negócio da venda de F-16 israelitas à Croácia - que optou por negociar diretamente com Washington.

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