Cristas propõe abertura da travessia fluvial do Tejo à concorrência dos privados
Em entrevista à TVI, Assunção Cristas sublinhou que o Governo do PS enfrentou mais greves nos transportes do que o executivo anterior, do PSD/CDS, a que pertenceu, e explicou que uma das soluções propostas pelos centristas é "abrir à concorrência a travessia do Tejo".
Mantendo "o investimento" e o serviço já existente, da Transtejo/Soflusa, a presidente dos centristas afirmou que "se os privados entenderem que interessa virem trabalhar e fazer essa travessia, devem poder fazê-lo". "A concorrência... eu acho que é benéfica", afirmou Cristas, que é também vereadora do partido na Câmara de Lisboa, dando o exemplo da TAP e das empresas que também operam no setor dos transportes.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa, sendo ambas geridas pelo mesmo conselho de administração.
Na entrevista à TVI, conduzida por Miguel Sousa Tavares e Pedro Pinto, Cristas explicou algumas das suas propostas eleitorais e voltou a admitir o erro do partido no caso dos professores e da contagem do tempo de serviço, por não ter sabido explicar, à opinião pública, o que defendia.
Em resposta à pergunta sobre se revertia a decisão de reduzir de 40 para 35 as horas semanais de trabalho na função pública, a líder centrista não deu uma resposta direta, repetindo que é necessária "uma reforma na administração pública" e introduzir "a meritocracia" na avaliação dos trabalhadores. "Há alternativas às 40 horas", disse.
Politicamente repetiu que os seus objetivos para as legislativas de 6 de outubro passam por "crescer", sem fixar metas, e contribuir para uma maioria de "115 mais um" de centro-direita na Assembleia da República.
Às perguntas sobre as sondagens que dão baixas intenções de voto aos centristas, a do semanário Expresso atribui-lhes 5%, mais um ponto percentual do que o PAN, Assunção Cristas respondeu com um sorriso e com o argumento de que o CDS está habituado a encarar estudos de opinião desfavoráveis.
Depois de admitir que iam "ser difíceis" as europeias de maio, em que o partido obteve 6,2% dos votos, a presidente do CDS afirmou acreditar que, para as legislativas, as pessoas estarão "mais disponíveis" para as propostas do partido, dando vários exemplos na área da saúde.