Os líderes de CDS-PP e Chega pediram este sábado a demissão da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, devido à entrevista ao Expresso da governante, que desvalorizou os surtos de covid-19 em lares de idosos..O presidente democrata-cristão, Francisco Rodrigues dos Santos, declarou ao mesmo jornal semanário que "a continuidade em funções" daquela responsável pela tutela "é uma questão de saúde pública - que se mantenha em férias e dê lugar a outro"..Segundo o líder centrista, as declarações da ministra são "afirmações que parecem retiradas de um filme de terror" e "Portugal não tem uma ministra da Solidariedade Social, tem uma ministra da Insensibilidade Social"..O deputado único do Chega, André Ventura, entregou no parlamento um requerimento para que Ana Mendes Godinho dê explicações a propósito da tragédia ocorrida no lar de Reguengos de Monsaraz, Évora, onde morreram 18 idosos.."Para além da absoluta incúria e negligência na fiscalização das entidades que deveriam estar na linha da frente na prevenção do contágio e disseminação da covid-19, a governante (...) revelou frieza, desinteresse e uma enorme negligência" e não reúne, assim, quaisquer condições para continuar no exercício do cargo", lê-se em comunicado do partido populista de direita..Entretanto, o PSD também decidiu chamar a ministra do Trabalho e a da Saúde ao parlamento, com caráter de urgência, "para explicarem o sucedido"..Na entrevista, Ana Mendes Godinho admitiu falta de funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 "não é demasiado grande em termos de proporção"..A pandemia de covid-19 já provocou mais de 760 mil mortos e infetou mais de 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP..Em Portugal morreram 1.775 pessoas das 53.981 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde..A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.