O Bloco de Esquerda acusa a Câmara Municipal de Lisboa de "falta de coragem" para avançar com um regulamento de Alojamento Local mais restritivo. Numa reação à notícia avançada pelo DN sobre o novo regulamento da autarquia para o AL que deverá ser votado ainda este mês e que prevê, entre outras medidas, restrições à abertura de novos espaços para este tipo de alojamento no bairro da Graça e na Colina de Santana, o partido defende que as medidas são "insuficientes"..Num comunicado em que frisa ser esta análise feita com "poucos dados disponibilizados", o Bloco salienta que os dados usados no regulamento "estão desatualizados. Desde agosto de 2018, já 3500 casas foram entregues ao alojamento local"..No documento divulgado ao início da tarde deste sábado, o BE, que integra a coligação liderada por Fernando Medina (PS) que dirige a principal câmara do país, defende seis medidas: "Suspensão imediata de novos registos nas zonas do centro mais sobrecarregadas [Baixa, Avenida, Colina de Santana e Graça]; interdição do aumento do número total de registos de Alojamento Local; interdição de atribuição de novos registos nas zonas em que mais de 10% das casas existentes estejam entregues ao turismo; redefinição de zonas; concessão de um registo numa zona não interdita só quando encerrar um registo na zona interdita; constituição de um gabinete de fiscalização do setor gerido pela CML." .Ações que, segundo o Bloco, visam protegerem a cidade que "já ultrapassou em termos proporcionais e absolutos cidades como Barcelona no que toca ao AL. Temos hoje zonas onde o AL já atingiu 38% do stock de habitação, contribuindo assim para a maior crise de habitação que a cidade já viu. Não se compreende igualmente como é que zonas como a Baixa, Almirante Reis e Avenida da Liberdade não sejam contempladas numa futura regulação, tendo em conta que já ultrapassa os 29% de casas entregues ao AL".