Transmissão da covid-19 da mãe para o feto é rara, garante DGS
A morte do feto com covid-19 na passada sexta-feira, no Hospital Amadora-Sintra, está a ser investigada pelas autoridades de saúde. Graça Fritas afirmou que "no mundo há raros casos" de transmissão vertical (mãe/feto) de covid-19.
"Têm nascido bastantes crianças filhas de mães positivas, que nascem bem e não contraem a doença. Não há nenhuma evidência que nos leve a ponderar uma alteração à norma da vigilância da gravidez, mas estamos atentos ao desenvolvimento cientifico e do caso na Amadora-Sintra", afirmou a diretora-geral de saúde.
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Segundo declarações da diretora do Departamento da Mulher do Amadora-Sintra, Antónia Nazaré, ao semanário, a mãe terá chegado ao hospital com uma ecografia externa em que foi possível verificar que o feto tinha problemas motivados por uma infeção viral.
O feto estaria em agonia e teve, por isso, de se provocar o parto, mas o bebé acabou por não sobreviver, não havendo registo de outras complicações durante a gravidez.
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Questionada se este caso poderia motivar uma revisão das orientações sobre a gravidez e o parto, Graça Freitas afirmou que não existe evidência cientifica que o justifique.
"Neste momento, não há nenhuma evidência que nos leve a ponderar a alteração da norma da vigilância da gravidez e depois do recém-nascido, mas estamos atentos ao desenvolvimento cientifico e à investigação que continua a realizar-se", assegurou.
Segundo as orientações em vigor, no caso de grávidas com covid-19, assintomáticas ou com queixas ligeiras, deve manter-se a sua vigilância habitual.
O boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde divulgado esta segunda-feira indica que Portugal regista mais duas mortes por covid-19. A ministra da Saúde afirma que o valor médio do risco de transmissão (RT) no país é de 0,94%.
E nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 135 casos de infeção por coronavírus e mais duas mortes. Desde o início da pandemia, registam-se no país 50.299 infetados e 1719 óbitos por covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira (27 de julho).
Há precisamente uma semana, o número de novos casos reportado também foi de 135 infeções. É o segundo melhor registo desde 11 de maio, dia em que foram notificadas 98 infeções. Há 414 doentes hospitalizados (mais 11 face a domingo), dos quais 45 (menos três) estão em unidades de cuidados intensivos.
A DGS indica que há mais 158 recuperados da doença, o que eleva para 35.375 o número de pessoas que são consideradas curadas.
Dos 135 novos casos (o que representa um aumento de 0,27%), 101 dizem respeito a cidadãos com residência em Lisboa e Vale do Tejo. Ou seja, 74,8% das novas infeções estão localizadas nesta região que soma 25.549 casos confirmados.
Os dois óbitos que foram registados em 24 horas também foram reportados em Lisboa e Vale do Tejo - região tem, no total, 588 mortos. As vítimas mortais tinham mais de 80 anos.