Sintomas de covid: "Os pais avisam a escola. A escola avisa as autoridades de saúde da zona"

Diretora-geral da Saúde pediu, esta sexta-feira, aos encarregados de educação para não deixarem as crianças e os jovens irem à escola, caso apresentem um sintoma de covid. Devem antes ligar para a linha SNS 24 e para o estabelecimento de ensino, que desencadeará um processo de reação.
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"Um pai não deve levar uma criança doente para a escola. Deve ligar para a linha SNS 24. A SNS 24 faz uma triagem, diz se [a criança] é suspeita de covid ou não. Os pais avisam a escola. A escola avisa as autoridades de saúde da zona. É feito um teste à criança e uma avaliação à escola". Este é o circuito pelo qual uma criança ou um jovem com sintomas de covid-19 deve passar, explicou, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

Desvendando um pouco mais do conteúdo do manual em preparação sobre como agir em caso de suspeita de infeção no ambiente escolar, Graça Freitas, assumiu que a estratégia passa por colocar em comunicação várias entidades desde a proteção civil, às câmaras municipais, até aos serviços de saúde e escolares para detetar precocemente o que pode ser o início de um surto do novo coronavírus.

Apesar de fundamental a articulação entre os diferentes serviços, o papel mais importante diz respeito aos encarregados de educação, a quem a diretora-geral da Saúde apela a que não deixem ir os filhos para a escola, se estes apresentarem um sintoma de covid (febre, tosse, dificuldades respiratórias). Em vez disso, o conselho é ligar para a linha SNS 24 (808 24 24 24), onde será avaliada a necessidade de ser realizado um teste de rastreio.

Os pais devem ainda fazer outro telefonema para a escola, que desencadeará "um inquérito rápido para saber se alguns alunos precisam de ficar em isolamento", continua a responsável pela DGS.

Mediante os resultados do trabalho desenvolvido entre o estabelecimento escolar e a autoridade de saúde local podem ainda ser tomadas outras medidas, mas o objetivo é evitar a todo o custo o encerramento das escolas, repetiu Graça Freitas, em linha com o que tem sido comunicado também pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo próprio primeiro-ministro, António Costa.

Ensino não pára, mesmo com escolas fechadas

Questionada sobre a decisão francesa de fechar 22 escolas, esta sexta-feira, apenas alguns dias depois do início do ano letivo, a diretora-geral da Saúde referiu que as regras são diferentes de país para país. Em Portugal, a ideia é que "haja uma atuação muito rápida e um fluxo de comunicação muito grande entre a escola, os educadores e as autoridades de saúde para permitir encontrar quem são os contactos próximos de um caso".

O objetivo "é fechar o menos possível e é fechar do ponto de vista físico. Há um encerramento físico de uma sala, de uma aula ou da escola, em situações extremas, mas não implica interrupção obrigatória do ano letivo", esclareceu.

A retoma das aulas presenciais está prevista para entre 14 e 17 de setembro e todas as escolas devem ter um plano para aplicar em caso de suspeita de infeção pelo no coronavírus. As orientações gerais sobre o regresso à escola foram divulgadas há dois meses, no entanto, a DGS deverá lançar nos próximos dia um manual com detalhes sobre a circunstância de suspeita de infeção.

O encerramento das escolas foi uma das primeiras medidas de contenção da covid-19 a acontecer no país. Desde 12 de março - quando havia apenas 78 casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal - que o ensino presencial foi suspenso em todas as escolas. Na altura, esta orientação já estava em vigor nos concelhos de Lousada e Felgueiras, onde surgiam as primeiras cadeias de transmissão da doença.

O ano letivo que se avizinha (que vai ter mais dias de aulas e menos férias na Páscoa) quer-se o mais presencial possível, mesmo assim o Ministério da Educação preparou três cenários diferente para o ano escolar de 2020-21: um regime de aulas presenciais, outro não presencial e outro misto.

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