Mais 963 casos e 12 mortes. Desde abril que não havia tantos infetados
O Boletim Epidemiológico deste sábado indica que há 26 407 casos ativos no país, mais 465 nas últimas 24 horas. Há menos 14 pessoas hospitalizadas.
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram 12 pessoas e foram confirmados mais 963 casos de covid-19. É o terceiro dia com mais infetados em Portugal, sendo preciso recuar quase seis meses para encontrar um aumento maior -- a 10 de abril registaram-se 1516 infeções em apenas um dia, batendo o anterior recorde de 1035, registado a 10 de março.
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Segundo o boletim epidemiológico deste sábado (3 de outubro) divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), desde que a pandemia começou já foram contabilizadas no país 78 247 pessoas infetadas, sendo que 49 845 estão recuperadas (mais 486 em relação à véspera), e 1995 vítimas mortais.
Há 26 407 casos ativos no país, mais 465 nas últimas 24 horas, com o número de pessoas hospitalizadas a cair. São menos 14 do que na véspera, num total de 668, e menos um nos cuidados intensivos (106).
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Em Portugal Continental, só no Algarve não há registo de mortes. Foram contabilizados seis óbitos na região de Lisboa e Vale do Tejo, três no Norte, dois no Centro e um no Alentejo. Açores e Madeira não contabilizaram vítimas mortais. É preciso recuar a 20 de setembro para ter um dia com mais óbitos (foram então 13).
As vítimas mortais são sete homens (três com mais de 80 anos, três na faixa etária entre os 70 e os 79 e um entre os 50 e os 59 anos) e cinco mulheres (quatro com mais de 80 anos e outra com entre 70 e 79 anos).
Dos 963 novos casos (um aumento de 1,2% em relação à véspera), a maioria foi também registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (440 casos). Segue-se a região do Norte, com 362 casos, havendo mais 60 casos no Centro, 49 no Algarve e 43 no Alentejo. Na Madeira há mais sete casos e nos Açores há mais dois.

O maior aumento de casos regista-se na faixa etária entre os 20 e os 29 anos: são mais 170 casos em 24 horas, sendo mais 153 na faixa entre os 30 e os 39, mais 141 na entre os 40 e os 49 e mais 123 entre os 50 e os 59 anos.
Entre os mais jovens, há mais 60 casos até aos 9 anos e mais 75 entre os 10 e os 19. Acima dos 60 anos, há mais 91 casos até aos 69 anos, mais 66 na faixa entre os 70 e os 79 anos e mais 78 entre os que têm mais de 80 anos. As autoridades apontam ainda mais seis casos cuja idade é desconhecida.
Há 46 228 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 615 que na véspera.
Cenário nos hospitais e lares
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul referiu neste sábado que os médicos do serviço de urgência do Garcia de Orta, em Almada, estão exaustos e que se não forem tomadas medidas o serviço entrará em rotura. "Os médicos estão em exaustão, a trabalhar em condições que não permitem garantir a capacidade de resposta às exigências do momento atual: se não forem tomadas medidas, irá haver uma rotura na capacidade de resposta a curto prazo", adverte o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) em comunicado.
No Lar Nossa Senhora do Pranto, em Salto, o número de infetados subiu este sábado para os 33 (23 utentes e dez funcionárias), disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves. Os primeiros casos foram conhecidos na quinta-feira e o responsável mostrou-se preocupado com as "cadeias de transmissão aceleradas" que se estão a verificar em Salto, que considerou serem "familiarmente vastas" e referiu ainda que há também mais um aluno da Escola do Baixo Barroso que testou positivo.
Casos em Espanha disparam
A diretora do departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial de Saúde, Maria Neira, reconheceu nesta sexta-feira que, apesar de estar há várias semanas a estudar a situação alarmante de casos de covid-19 no país vizinho, não consegue encontrar uma explicação para o que está a falhar para Espanha ser neste momento o país da Europa com maior incidência de casos de covid-19.
O DN conta a história de três portugueses que vivem em Madrid e que revelam como é viver na capital do país europeu mais afetado pela pandemia, que teve que voltar a fechar. "As medidas não são justas. A maioria das pessoas trabalha fora desses bairros e se podem sair para trabalhar também podem levar o vírus consigo", conta Paulo.